Três sindicatos mantêm pré-aviso de greve na Groundforce
O próximo dia de greve total está marcado para 30 de Julho, depois de 650 voos terem sido cancelados no passado fim-de-semana em todo o país por falta de serviços de handling
Os sindicatos dos Trabalhadores dos Transportes de Portugal (STTAMP), dos Trabalhadores dos Aeroportos Manutenção e Aviação (STAMA) e dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava) decidiram manter os pré-avisos de greve na Groundforce até serem pagos os montantes devidos aos trabalhadores da operadora de handling.
Enquanto os sindicatos dos Técnicos de Handling de Aeroportos (STHA), das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA) e dos Economistas (SE) desconvocaram esta quinta-feira as greves anunciadas, depois de receberem a garantia do Governo de que o salário de Julho será pago atempadamente (no próximo dia 28), e o subsídio de férias e anuidades vencidas antes dessa data, outras estruturas sindicais decidiram aguardar que os pagamentos sejam concretizados.
O próximo dia de greve total – está a decorrer uma ao trabalho suplementar – está marcado para 30 de Julho.
O Sitava decidiu manter a greve, para 30 e 31 de Julho e 1 de Agosto, estando ainda em vigor uma paralisação ao trabalho extraordinário até às 24 horas do dia 29 de Julho, até que os trabalhadores recebam os pagamentos com que a TAP se comprometeu, disse à Lusa o dirigente Fernando Henriques.
Também o STTAMP e o STAMA anunciaram esta quinta-feira que vão manter os avisos prévios de greve em vigor para a Groundforce “até à data em que os pagamentos forem efectivamente concretizados, visto que num passado recente estes dois sindicatos já teriam chegado a acordo para o pagamento do subsídio de férias, tendo o mesmo sido recusado por parte de Alfredo Casimiro que, apesar das mudanças iminentes da estrutura accionista, à data de hoje ainda é o presidente do conselho de administração”.
Estas estruturas recordam que “encontram-se emitidos avisos prévios de greve” para o final de Julho e para o mês de Agosto, incluindo greve total das 00:00 do dia 30 de Julho até às 24:00 do dia 31 de Agosto, prolongando-se ao trabalho suplementar até ao final do ano.
Pelo contrário, os sindicatos dos Técnicos de Handling de Aeroportos (STHA), das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA) e dos Economistas (SE) desconvocaram hoje a greve na Groundforce marcada para 31 de Julho, 1 e 2 de Agosto.
“Fruto da histórica greve do fim-de-semana passado, do qual os trabalhadores são os únicos protagonistas, foi possível, numa reunião hoje às 14:30, chegar a um compromisso com o Governo, no sentido de desbloquear, com efeitos imediatos a greve dos dias 31, 1 e 2 de Agosto”, informaram as estruturas sindicais, em comunicado.
Os termos da desconvocação, explicam, são o “pagamento do subsídio de férias e das anuidades vencidas 2021, antes do processamento salarial de Julho (dia 28), para todos os trabalhadores”, a “garantia efectiva, e já tornada pública pelo Governo, do pagamento pontual e integral do salário de Julho”, bem como a “garantia efectiva, e já tornada pública pelo Governo, de que a situação accionista da Groundforce será resolvida muito em breve, ou pela venda das acções a um privado por parte do Montepio, ou por acção/intervenção do Estado português e da TAP”.
“Como em qualquer processo, a confiança tem que imperar entre os interlocutores, nem que seja numa dimensão mínima e por um bem maior”, consideraram os representantes dos trabalhadores, que consideram que “a forte mobilização de todos os trabalhadores em todos os aeroportos”, na greve do fim-de-semana passado, “foi determinante para este desfecho”.
A Groundforce conta com cerca de 1600 trabalhadores sindicalizados, sendo o Sitava, com mais de mil, o sindicato com mais peso, seguido do STHA e do STTAMP.