DGS pede duas semanas para definir posição sobre vacinação de crianças e adolescentes
A ministra da Saúde afirmou que os pareceres preliminares desta comissão apontam para “uma priorização do grupo etário dos 18 aos 16 anos” e “uma priorização de vacinação de crianças com comorbilidades” na faixa abaixo, entre os 15 e os 12 anos, além do já referido “pedido de mais tempo” para recolha e análise de informação.
A Direcção-Geral da Saúde (DGS) pediu duas semanas para estudar os pareceres da Comissão Técnica de Vacinação contra a covid-19 em jovens e os calendários de vacinação para definir uma posição, revelou a ministra da Saúde esta quarta-feira.
Em declarações aos jornalistas no final de uma cerimónia de assinatura de um protocolo com o sector social no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), no Palácio Marquês do Alegrete, em Lisboa, Marta Temido salientou que o Governo não recomenda vacinas, mas que apenas aplica as recomendações das entidades técnicas sobre esta matéria.
“Aquilo que a DGS nos transmitiu ser o entendimento da Comissão Técnica de Vacinação é que será desejável dispor de mais algum tempo e referiram-nos um prazo de duas semanas para perceber mais em detalhe quais são os calendários”, afirmou.
Segundo a governante, os pareceres preliminares desta comissão apontam para “uma priorização do grupo etário dos 18 aos 16 anos” e “uma priorização de vacinação de crianças com comorbilidades na faixa” abaixo, entre os 15 e os 12 anos, além do já referido “pedido de mais tempo” para recolha e análise de informação.
No entanto, garantiu que o executivo e a task force responsável pelo processo estão preparados para qualquer cenário. “Caso a indicação técnica seja de que é para vacinar os meninos dos 12 aos 18 anos, é para vacinar. Se a indicação técnica for noutro sentido, naturalmente que acomodaremos as nossas necessidades”, observou. “Estamos preparados para começar a vacinar abaixo dos 18 anos na última semana de Agosto. A nossa campanha de vacinação está desenhada para isso, aguardamos ainda as indicações técnicas.”
A maioria dos peritos da Comissão Técnica de Vacinação defende que os jovens entre os 12 e os 15 anos só sejam vacinados contra a covid-19 se tiverem comorbilidades de risco para a doença. Segundo apurou o PÚBLICO nesta terça-feira, essa posição foi dominante após audições de peritos, sobretudo da área da pediatria. Em cima da mesa continua a estar a possibilidade de recomendar a vacinação universal para esta faixa etária ou optar por aconselhá-la apenas aos jovens que tenham doenças de risco, tal como fez o Reino Unido. Estão a ser pesados os benefícios e os riscos de cada decisão sobre várias ópticas, não só sobre o aspecto da saúde física, mas também mental e emocional.
Segundo fonte conhecedora do processo, a vacinação universal não é recomendada, nesta altura, pelo grupo de 11 peritos da comissão técnica, mas, com a aquisição de mais conhecimentos e o esclarecimento de uma série de dúvidas sobre os benefícios e riscos, o aconselhamento pode passar por esse ou por outro caminho.