EDP reforça operação no Reino Unido com compra de activos solares e eólicos

Depois do investimento em eólicas no mar, com a Engie, a EDP Renováveis comprou diversos activos solares e eólicos em terra. Negócio pode chegar aos 82 milhões.

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O Reino Unido é uma "geografia estratégica”, segundo o presidente da EDP, Miguel Stilwell Sara Jesus Palma

A EDP anunciou esta quarta-feira que comprou, através da EDP Renováveis, activos de energia solar e eólica no Reino Unido com uma capacidade de produção de 544 megawatts (MW), uma transacção que se enquadra no plano de negócios para 2021 - 2025, que prevê a aposta em mercados de baixo risco e elevado potencial de crescimento.

Foram estabelecidos “dois acordos separados com Vento Ludens e Wind2 por um valor total de até GBP 71 milhões [cerca de 82 milhões de euros], condicional à concretização de objectivos pré-determinados para cada projecto”, referiu a empresa em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Até à data, a EDP tem estado no Reino Unido (onde entrou em 2010) a desenvolver projectos offshore (eólicas no mar), detendo uma operação com 1 gigawatts (GW) de capacidade em construção e mais 0,9 GW em desenvolvimento, através da Ocean Winds, a sua parceria com a Engie. “A entrada no mercado onshore abre novas possibilidades de continuar a diversificar o nosso negócio”, destacou o presidente da empresa, Miguel Stilwell de Andrade, considerando o Reino Unido como “uma geografia estratégica”.

Os acordos envolveram um projecto eólico de 5 MW em operação desde 2012, com uma tarifa subsidiada de 20 anos e mais 192 MW de projectos eólicos em fase avançada de desenvolvimento, que irão participar em leilões britânicos de tarifas garantidas e no mercado de contratos de aquisição de energia, e que deverão entrar em operação até 2025.

A transacção também contemplou 347 MW de projectos em desenvolvimento, incluindo 229 MW de energia eólica e 118 MW de energia solar, refere a EDP, que salienta o “perfil de baixo risco” de um “dos maiores mercados energéticos na Europa”.

O Reino Unido anunciou “uma meta para atingir zero emissões líquidas de gases de efeito de estufa até 2050 e sinalizou que de 2021 em diante os projectos eólicos onshore e solares estarão habilitados a participar em leilões de CfD [contratos por diferenças, que garantem que o produtor terá sempre determinado nível de remuneração], que se estimam realizar a cada dois anos até 2030”.

A empresa também nota que o Reino Unido tem um dos mercados de contratos de aquisição de energia (AE) “mais desenvolvidos na Europa, providenciando múltiplas opções de entrada no mercado para este portfólio”.

O negócio, cuja assinatura e conclusão “já ocorreram” permite à EDP Renováveis “estabelecer a sua presença no mercado onshore [eólicas em terra] do Reino Unido com um portfólio de dimensão, tecnologicamente diversificado e em diferentes fases de desenvolvimento”, sublinha ainda a empresa, que entrou recentemente no mercado chileno e vietnamita.

A EDP Renováveis está actualmente presente em 17 mercados e tem uma capacidade bruta instalada de produção de 12,2 GW.

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