Greve deve cancelar hoje 60% dos voos em Lisboa

Depois de mais de 300 voos não realizados ontem devido à paralisação convocada pelo sindicato dos trabalhadores de handling em todo o país, esta manhã já foi ultrapassado aquele número só em Lisboa e Porto. Aeroporto Humberto Delgado só deverá conseguir efectuar 40% da operação prevista

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Aeroporto de Lisboa no sábado EPA/JOSE SENA GOULAO

A sociedade Serviços Portugueses de Handling (SPdH), mais conhecida por Groundforce, estima que este domingo a greve decretada pelo Sindicato dos Técnicos de Handling de Aeroportos (STHA) provoque o cancelamento de cerca de 60% dos voos previstos para o aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, o maior do país.

Em comunicado emitido este domingo às redacções, a Groundforce adianta que “tendo várias companhias aéreas optado por anular toda a operação planeada para este domingo, antecipa-se que, do total de 511 voos previstos para a capital portuguesa, se realizem apenas 200”. São quase 40% os voos que a Groundforce estima assim que se realizem em Lisboa, do total da operação prevista, deixando a maioria por concretizar.

Na nota às redacções, a companhia especializada no encaminhamento de bagagens avança que “dos 427 trabalhadores escalados” para o serviço este domingo, “apenas 80 se apresentaram ao serviço, o que representa uma adesão de 81,3%” à paralisação convocada pelo sindicato. E adianta que, “no segundo dia de greve dos trabalhadores da Groundforce”, desde o início deste domingo até às 10h30 foram cancelados 309 voos no aeroporto de Lisboa”. Ontem, a empresa tinha quantificado o balanço do dia de sábado em 300 voos cancelados em todo o país.

À Lusa, a ANA - Aeroportos de Portugal, gestora das infra-estruturas aeroportuárias que pertence ao grupo francês Vinci, fez um balanço semelhante. “Devido à greve do serviço de handling da Groundforce, dos 511 voos previstos hoje para o aeroporto de Lisboa estão cancelados, até ao momento, 301 voos (160 chegadas e 141 partidas) e previstos serem operados 210 (102 chegadas e 108 partidas)”, referiu à Lusa fonte oficial da empresa gestora de aeroportos. No aeroporto do Porto, este primeiro balanço à Lusa indica que, para já, estão cancelados para o dia de hoje 13 chegadas e 13 partidas (26 voos). Lisboa e Porto juntam assim 327 voos por realizar até agora neste domingo.

Hoje, diz por seu turno a operadora de “handling”, o aeroporto do Porto “voltou a ser o segundo mais afectado pela paralisação, com uma adesão de 45,2%” dos trabalhadores; no Funchal, “aderiram à greve 31,6%"; e “em Faro, a adesão foi de 9,1%”. “No Porto Santo,”, acrescenta, “não se registou qualquer perturbação à operação”.

A SPdH é detida em 50,1% pelo empresário Alfredo Casimiro, através da sociedade Pasogal, e em 49,9% pelo grupo TAP (actualmente controlado pelo Estado, em 72,5%), acusando os trabalhadores da Groundforce que estão a ser vítimas de uma “guerra entre accionistas”, com acusações mútuas. Ontem, o STHA garantiu ao PÚBLICO que a paralisação é para manter até que haja garantia de estabilidade salarial na empresa.

A paralisação vai prolongar-se ainda pelos dias 31 de Julho, 1 e 2 de Agosto. Além desta greve, desde o dia 15 de Julho que os trabalhadores da Groundforce estão também a cumprir uma greve às horas extraordinárias, que se prolonga até às 24:00 do dia 31 de Outubro de 2021.

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