Três pessoas sofreram ferimentos ligeiros depois de uma tentativa de atropelamento perto de uma esplanada de um café em Reguengos de Monsaraz, Évora, na noite de sexta-feira. Uma das vítimas teve de receber tratamento hospitalar.

A GNR está a ser criticada pela falta de intervenção de dois militares que estavam no local na altura do atropelamento. Já foi instaurado um processo para averiguar responsabilidades. 

A ocorrência foi filmada e partilhada nas redes sociais na madrugada de sábado por cidadãos na varanda de um prédio vizinho. No vídeo, com cerca de três minutos, é possível ver alguns confrontos físicos entre cidadãos na esplanada e dois agentes da GNR que assistem à situação. 

O líder do PSD Rui Rio critica a falta de actuação dos agentes. Numa publicação no Twitter sobre o vídeo a circular online, Rio critica a “total condescendência” dos militares e pede explicações ao Ministério da Administração Interna e ao primeiro-ministro António Costa.

Segundo um comunicado da GNR, a situação, que está a ser investigada pela PSP, ocorreu por volta das 22h30 de sexta-feira depois de um grupo de indivíduos ter sido impedido de entrar no estabelecimento por não terem o respectivo certificado digital covid. No momento das filmagens, os militares estavam à espera de reforços. 

“Chegada ao local, a patrulha tentou cessar o desentendimento, mas dada a quantidade de pessoas no local, accionou os meios de reforço, de forma a preservar a segurança e a integridade física dos demais envolvidos e dos próprios militares da GNR”, lê-se num comunicado enviado às redacções. 

A GNR nota que será “instaurado processo de averiguações para apuramento de eventual responsabilidade” dos militares no local. ​

​Em declarações à agência Lusa, a GNR esclarece ainda que o atropelamento ocorreu depois de uma das pessoas envolvidas se pôr em fuga num automóvel. 

Após a chegada dos reforços, o suspeito foi identificado e foram apreendidas duas viaturas. A PSP irá dar continuidade à investigação. Segundo fonte dos bombeiros, durante a ocorrência foram partidas mesas e cadeiras da esplanada do café, que ficou “praticamente destruída”.

Contactado pelo PÚBLICO, o Ministério da Administração Interna afirmou que não vai abrir um inquérito, notando que já há uma investigação em curso a ser feita pela GNR.