Saka lamenta insultos e critica inacção das redes sociais

Internacional inglês classificou de “triste” o facto de as “poderosas plataformas” não estarem a fazer o suficiente para terminarem com as mensagens de ódio e racismo.

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Southgate consola Saka depois do penálti decisivo que deu o triunfo à Itália Reuters/LAURENCE GRIFFITHS

O futebolista internacional inglês Bukayo Saka lamentou esta quinta-feira os insultos racistas de que foi alvo após a final do Euro 2020, confessando que antecipou o que iria acontecer, face à inacção das empresas proprietárias de redes sociais.

“Às plataformas Instagram, Twitter e Facebook digo que não quero que nenhuma criança ou adulto esteja sujeito a receber as mensagens de ódio que eu, o Marcus [Rashford] e o Jadon [Sancho] recebemos esta semana”, reagiu o jogador, através de uma publicação no Twitter.

No domingo, Saka falhou o pontapé decisivo no desempate por grandes penalidades que ditou a vitória da Itália sobre a Inglaterra, na final do Euro 2020, em Londres, depois de Rashford e Sancho também terem falhado os respectivos remates.

“Soube imediatamente o tipo de comentários de ódio que iria receber, tendo em conta o triste facto de que as vossas poderosas plataformas não estão a fazer o suficiente para terminar com estas mensagens”, escreveu Saka, dirigindo-se às empresas proprietárias de redes sociais.

De resto, Saka referiu que o futebol deve ser feito de “paixão e pessoas de todas as raças, géneros e religiões”.

Jadon Sancho também reagiu, na quarta-feira, aos insultos racistas, considerando que “não são uma novidade” e que toda a sociedade precisa de “fazer melhor e responsabilizar” quem profere esse tipo de comentários.

Por outro lado, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, anunciou a intenção de banir dos estádios os adeptos que proferiram insultos racistas contra os três futebolistas ingleses que falharam grandes penalidades na final do Euro 2020.

O líder do governo britânico recebeu na terça-feira representantes das empresas proprietárias de redes sociais, como o Instagram, o Facebook, o Twitter e o Snapchat, que nos últimos meses têm sido utilizados em Inglaterra para divulgação de mensagens racistas visando os jogadores após a derrota ou desempenhos decepcionantes nos respectivos clubes.

Logo no dia seguinte, o príncipe William, neto da rainha Isabel II, da Grã-Bretanha, Boris Johnson e a federação inglesa (FA) condenaram os comentários, que classificaram como “totalmente inaceitáveis”.