Cuba no Dia da Liberdade de Pensamento
Está muito bem dizer-se que só os cubanos devem poder decidir sobre o que o seu país deve ser, mas para isso é preciso que os cubanos tenham todas as liberdades de consciência e expressão para poderem debater que destino deve esse ser.
Na segunda-feira escrevi que “o populista é aquele que se apresenta como o único representante do povo; para o populista, todos os adversários são, de uma forma ou outra, ilegítimos, e o povo que eles representam não é povo verdadeiro. Só os seus apoiantes são “verdadeiros finlandeses” ou “portugueses de bem”, os outros são ou falsos patriotas ou maus ou estrangeiros, ou a soldo dos estrangeiros”. Ilustrei com os casos de Orbán e de Maduro. Um dia depois, poderia ter ilustrado com o caso de Miguel Díaz-Canel, presidente de Cuba, que afirmou que os manifestantes que saíram à rua em algumas cidades da ilha são “delinquentes” e “manipulados” por influenciadores a soldo dos estrangeiros. Contra as manifestações, apelou a que “os revolucionários” saíssem às ruas, citando uma velha frase de Fidel Castro, “a rua é dos revolucionários” — pode ser uma velha frase, mas o que ela quer dizer no atual contexto é que a rua, o espaço público, não pode ser de mais ninguém.
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