Um morto nos protestos contra o Governo em Cuba
Ministério do Interior cubano diz que o homem, de 36 anos, fazia parte de um grupo que tentou ocupar uma esquadra da polícia na zona sul de Havana.
Um homem morreu em confrontos com a polícia cubana quando tentava, segundo o Ministério do Interior (Minint) cubano, invadir uma esquadra de polícia com um grupo de pessoas. Diubis Laurencio Tejeda, de 36 anos, acabaria por morrer nos confrontos na segunda-feira, sem que sejam avançados a razão que teria levado à sua morte.
Segundo informou o MInint na terça-feira, Diubis Tejeda formaba parte dos “grupos organizados de elementos anti-sociais e delinquentes” que tentaram entrar na esquadra do município de Arroyo Naranjo “com o objectivo de agredir os seus efectivos e danificar as instalações”.
Como não conseguiram levar a cabo os seus intentos, ainda segundo a informação oficial, o grupo terá “vandalizado casas, incendiado contentores e afectado ligações eléctricas”, além de agredir com “armas brancas, pedras e objectos contundentes os agentes civis que estavam no lugar”.
Diubis Tejeda residia no município de Arroyo Naranjo e, diz o Minint, tinha antecedentes criminais por desacato, furto e alteração da ordem pública.
É até agora a única morte a assinalar dos protestos em Cuba, os maiores há mais de três décadas e desencadeados pela grave crise económica que o país atravessa, agudizada pela pandemia e que tem levado ao desabastecimento e a cortes de energia.
O protesto de segunda-feira em Arroyo Naranjo, uma das zonas mais pobres de Havana, foi transmitido pelas redes sociais. Dezenas de pessoas foram caminhando pelas ruas do bairro Güinera gritando “liberdade” e “um povo unido jamais será vencido”.
Entretanto, a organização cubana Prisoners Defenders anunciou esta quarta-feira que apresentou uma denúncia às Nações Unidas que inclui uma lista “parcial” de 162 “potenciais desaparecimentos forçados” durante os protestos.
“Acabamos de apresentar uma denúncia no Alto Comissariado das Nações Unidas enumerando uma lista parcial de 162 potenciais desaparecimentos forçados”, disse a organização, que também assinalou as “inumeráveis limitações devidas ao apagão de comunicações governamental”.
Para os Prisones Defenders “cada um” desses desaparecimentos “deve ser explicado” e com “máxima urgência”, como assinalou o presidente da ONG, Javier Larrondo, em declarações à Europa Press.
“Neste momento temos uma absoluta urgência e necessitamos que o Governo, a União Europeia e as Nações Unidas façam declarações, não sobre a definição do que é Cuba e do que não é, mas do que necessita o povo cubano para ser protegido”, acrescentou.