Covid-19. Lisboa e Vale do Tejo regista 344 doentes em enfermaria e 97 em UCI
A Administração Regional de Saúde ressalva que a região possui capacidade instalada, e que os planos de contingência para os internamentos são dinâmicos e ajustáveis às necessidades resultantes da realidade epidemiológica.
Os hospitais de Lisboa e Vale do Tejo (LVT) registam esta segunda-feira 344 doentes covid-19 internados em enfermaria e 97 em unidade de cuidados intensivos, indicou a Administração Regional de Saúde de LVT (ARSLVT), assegurando a necessária disponibilidade de camas.
“A região de LVT possui capacidade instalada e além disso, tal como foi demonstrado nos primeiros meses deste ano, o SNS [Serviço Nacional de Saúde] funciona em rede — com a ARSLVT a dar resposta a outras regiões quando é necessário e vice-versa”, afirmou a respectiva Administração Regional de Saúde, em resposta escrita à agência Lusa.
Segundo o relatório das “linhas vermelhas” da pandemia, divulgado na sexta-feira, LVT atingiu 99% do limite de 84 camas em unidade de cuidados intensivos (UCI) destinadas à covid-19 nesta região, com o registo de 82 doentes internados.
Apesar da capacidade de 84 camas em UCI que consta da análise de risco da Direcção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional Doutor Ricardo Jorge (Insa), a ARSLVT garantiu que “os planos de contingência (para enfermaria e UCI) são dinâmicos e ajustáveis às necessidades resultantes da realidade epidemiológica”.
“Os hospitais da região continuam a dar resposta a doentes covid e não covid”, reforçou a Administração Regional de Saúde.
Quanto aos dados reportados esta segunda-feira pelos hospitais da região de LVT, há registo de “344 doentes covid em enfermaria e 97 doentes covid em UCI”, referiu a mesma fonte, sem avançar com informação discriminada por hospital, remetendo a divulgação desses dados para as respectivas unidades hospitalares.
“No que diz respeito às UCI, a situação é acompanhada diariamente pela ARSLVT e pela CARMNI (Comissão de Acompanhamento da Resposta Nacional em Medicina Intensiva) e em função dessa análise são tomadas medidas para ajustar a disponibilidade de camas”, informou a autoridade de saúde da região de LVT.
Portugal registou hoje 1782 novos casos de infecção pelo vírus SARS-CoV-2, oito mortos atribuídos à covid-19 e um novo aumento de doentes internados e em cuidados intensivos, referem os dados da Direcção-Geral da Saúde (DGS).
O boletim epidemiológico da DGS indica que a maioria das infecções volta a ser registada na região de LVT, com 864 novos casos, o que representa 48% do total do país, contabilizando-se um total de 909.756 casos acumulados. Quanto ao internamento de doentes covid, mais 57 pessoas estão em enfermaria, num total de 729, e há mais 10 em UCI, que acolhem 163 pessoas.
De acordo com o relatório divulgado na sexta-feira, “a região de LVT, com 82 doentes internados em UCI, representa 60% do total de casos em UCI [no país] e corresponde a 99% do limite regional de 84 camas em UCI definido no relatório “linhas vermelhas"”.
As “linhas vermelhas” de controlo da pandemia estabelecidas por diversos especialistas prevêem 245 camas como o valor crítico no conjunto dos hospitais de Portugal continental, apontando para uma distribuição regional de 85 camas no Norte, de 56 no Centro, de 84 em LVT, de 10 no Alentejo e de 10 no Algarve.
O documento que estabeleceu estas “linhas vermelhas” salienta, porém, que a gestão integrada da capacidade do SNS pressupõe uma resposta em rede, o que significa, em medicina intensiva, que as necessidades regionais podem ser supridas com a resposta de outras regiões com maior capacidade.
O relatório refere ainda que o número diário de casos de covid-19 internados em UCI no continente revelou uma tendência crescente, correspondendo já a 56% das 245 camas, quando na semana anterior estava nos 46%.
Nos cuidados intensivos dos hospitais nacionais estavam, na quarta-feira, 136 doentes, com o grupo etário com maior número de pessoas internadas nestas unidades a corresponder ao grupo entre os 40 e os 59 anos, indica o documento da DGS e do INSA.
“No último mês, o aumento da actividade epidémica tem condicionado um aumento gradual na pressão dos cuidados de saúde, em especial na ocupação dos cuidados intensivos e nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo e do Algarve”, refere a análise de risco da pandemia da última semana.