Polícia detém um dos alegados mandantes do assassínio do Presidente do Haiti

Emmanuel Sanon é um médico haitiano de Miami que procurava chegar ao Poder. Comando colombiano teria um mandado de detenção para prender Jovenal Moïse. Mas quando chegaram o Presidente estava morto.

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O chefe da Polícia Nacional do Haiti, Leon Charles Orlando Barria/EPA

As autoridades do Haiti detiveram este domingo um dos supostos mandantes do assassínio do Presidente haitiano, Jovenel Moïse. Trata-se de Christian Emmanuel Sanon, um médico haitiano com residência habitual em Miami há 20 anos.

Sanon é apontado como um dos líderes por trás do plano para matar Moïse, segundo assinalou uma fonte ao diário Miami Herald.

Antes desta detenção, a polícia haitiana publicou uma lista completa com os 20 nomes dos suspeitos detidos e identificados até ao momento, onde se incluem dois cidadãos com nacionalidade haitiana e dos Estados Unidos, James Solages e Joseph Vincent.

Estes dois últimos disseram às autoridades haitianas que o seu objectivo não era assassinar o Presidente, mas cumprir uma ordem de prisão emitida em 2019 contra ele e instalar Sanon como Presidente, disse o mesmo jornal.

Este domingo, a polícia do Haiti confirmou a detenção de outro ex-militar colombiano, Gersaín Mendivelso Hames, aumentando para 18 o número de colombianos detidos por suspeitas de implicação no assassínio de Moïse. Outros cinco colombianos estão ainda a monte, afirmam as autoridades.

Todos estes colombianos terão sido contratados por uma empresa de segurança da Florida, CTU Security, dirigida pelo imigrante venezuelano Antonio Enmanuel Intriago Valera.

O chefe da Polícia Nacional, Leon Charles, afirmou este domingo numa conferência de imprensa que Sanon, de 63 anos, viajou para o Haiti num jacto privado no princípio de Junho, acompanhado por seguranças para tomar o poder.

Sem explicar quais os motivos de Sanon além de dizer que eram políticos, Leon Charles acrescentou que os detidos o contactaram desde a prisão. Por seu lado, Sanon terá falado com outros dois “autores intelectuais” do assassínio.

“A missão dos agressores era, em princípio, assegurar a segurança de Emmanuel Sanon, mas a seguir a missão mudou e entregaram a um dos agressores um mandado de prisão do Presidente da República”, disse Charles.

Uma fonte próxima das investigações disse à Reuters que os dois haitiano-americanos, Solages e Vicente, disseram aos investigadores que eram tradutores da unidade de comandos colombiana que tinha o mandado de detenção. No entanto, quando chegaram encontraram o Presidente morto.

Alguns dos colombianos estavam no Haiti há três meses, outros há mais tempo, todos a trabalhar como seguranças VIP, recebendo 3000 dólares por mês, segundo disse uma fonte haitiana ao Miami Herald.

Fotografias e radiografias começaram a circular este fim-de-semana nas redes sociais, alegadamente da autópsia de Moïse, mostram o corpo cheio de buracos de bala, uma fractura no crânio e outros ossos partidos, mostrando a brutalidade do ataque.

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