Biden exige a Putin que tome medidas contra ciberataques russos
Presidente norte-americano telefonou ao chefe de Estado russo que disse-lhe os EUA estão preparados para retaliar, caso os ataques contra empresas e infraestruturas continuem.
O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, telefonou na sexta-feira ao seu homólogo russo, Vladimir Putin, para lhe exigir que tome medidas concretas para travar os ciberataques oriundos da Rússia contra alvos norte-americanos. O chefe de Estado democrata disse mesmo que os EUA poderão retaliar se os ataques continuarem.
“Disse-lhe claramente [a Putin] que quando uma operação ransomware vem do seu território [da Rússia], mesmo que não seja patrocinada pelo Estado, os Estados Unidos esperam que, depois de lhes ter sido fornecida informação suficiente para actuar, que o faça”, disse Biden aos jornalistas, acrescentando que se sente “optimista” em relação à resposta russa.
O Presidente norte-americano informou ainda que os dois Governos vão continuar a comunicar regularmente “sempre que um deles entenda que há algo a acontecer no outro país que está a afectar o seu próprio país”.
Um novo ataque de ransomware (software maligno que bloqueia o acesso a comutadores e cobra um resgate em criptomoedas) pelo grupo de hackers REvil, com sede na Rússia, provocou um bloqueio significativo no último fim-de-semana, tendo afectado cerca de 1500 empresas.
Um outro ataque, em Maio, teve como alvo um oleoduto que fornece metade do combustível utilizado na Costa Leste dos EUA, e fez com que a Colonial Pipeline paralisasse temporariamente as operações.
Segundo a agência noticiosa AP, a empresa pagou 4,4 milhões de dólares (cerca de 3,7 milhões de euros) pelo resgate – as autoridades norte-americanas conseguiram, no entanto, recuperar grande parte dessa quantia
Os hackers também extorquiram à maior processadora de carne do mundo, JBS, 11 milhões de dólares (cerca de 9,27 milhões de euros).
Putin e Biden falaram cerca de uma hora ao telefone, naquele que foi o primeiro contacto depois do encontro em Genebra, na Suíça, onde o Presidente norte-americano já tinha alertado o chefe de Estado russo sobre os ataques informáticos constantes contra empresas e infra-estruturas dos EUA provenientes da Rússia.
Com Lusa