José Sócrates ainda vai ter de esperar para ser julgado na Operação Marquês

Juízes sorteados para julgarem ex-primeiro-ministro vão esperar pelo resultado dos recursos apresentados quer pela sua defesa quer pelo Ministério Público

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Rui Gaudencio

O ex-primeiro-ministro José Sócrates não vai ser julgado já, ao contrário do que está a suceder com Ricardo Salgado e Armando Vara, noticiou o Expresso e confirmou o PÚBLICO.

Poderá demorar pelo menos até ao final do ano para que o antigo governante e o empresário seu amigo Carlos Santos Silva se sentem no banco dos réus, uma vez que, ao contrário dos magistrados encarregados de apurar as responsabilidades do ex-banqueiro e do antigo ministro do PS na Operação Marquês, os juízes sorteados para José Sócrates decidiram esperar que sejam esgotadas as possibilidades de recurso da decisão de levar estes dois arguidos a julgamento, uma decisão do juiz de instrução Ivo Rosa que foi posta em causa tanto pela defesa do antigo chefe do Governo como também pelo Ministério Público.

“Por outro lado, o colectivo de juízes do julgamento declarou-se incompetente para ficar com o processo-crime original da Operação Marquês e determinou a criação de um processo autónomo só para as provas relativas aos seis crimes pelos quais o ex-primeiro-ministro e o seu amigo estão pronunciados. Entretanto, os autos do processo principal foram enviados de volta para o Tribunal Central de Instrução Criminal”, explica o semanário, acrescentando que a presidente deste colectivo argumenta que Ivo Rosa usou dois pesos e duas medidas para os arguidos que mandou julgar por indícios da prática de crimes: enquanto nos casos de Salgado e de Vara criou processos autónomos para cada um deles, por ter deixado de haver conexão criminal entre os suspeitos, não fez o mesmo para Sócrates e Santos Silva, que foram pronunciados pelos crimes de branqueamento de capitais e falsificação de documento.

Ao contrário do que defende o Ministério Público, Ivo Rosa entendeu que José Sócrates não recebeu luvas nem de Ricardo Salgado nem de Carlos Santos Silva para beneficiar os interesses dos grupos Espírito Santo e Lena.

O PÚBLICO tentou falar com o advogado do ex-primeiro-ministro, mas sem sucesso até ao momento. 

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