Descobertas novas espécies de troncos com 259 milhões de anos em Moçambique

Os achados fósseis foram recolhidos numa campanha em 2018 junto ao Lago Niassa.

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O português Ricardo Araújo numa expedição em Moçambique em 2017 NELSON NHAMUTOLE/LUSA

O paleontólogo Ricardo Araújo integra uma equipa de investigadores que descobriu em Moçambique duas novas espécies de troncos de árvore fossilizados com 259 milhões de anos, que foram descritas num artigo científico agora publicado.

No artigo científico publicado na revista Journal of African Earth Sciences, o paleontólogo português, o moçambicano Nelson Nhamutole e a sul-africana Marion Bamford descrevem as duas novas espécies de troncos fossilizados, que apelidaram de Protaxodioxylon verniersii e Protaxodioxylon metangulense.

Os achados fósseis foram recolhidos no âmbito da campanha realizada em 2018 junto ao Lago Niassa, na província do Niassa, e estudados em laboratório sob orientação de Ricardo Araújo, do Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear, do Instituto Superior Técnico. 

O paleontólogo português explicou à agência Lusa que os troncos fossilizados são de um género que já era conhecido no hemisfério Norte e nos períodos do Jurássico e Cretácico, mas que era desconhecido no Pérmico, há cerca de 259 milhões de anos, quando os dinossauros ainda não existiam. Esta descoberta “permite perceber que o clima na altura era subtropical e húmido, muito diferente do clima que temos hoje” nesta região, adiantou Ricardo Araújo.

Antes, a equipa já tinha anunciado, em 2013, a descoberta em Moçambique de fósseis de um dicinodonte, um ancestral dos mamíferos, cujo género foi então designado de Niassodon, do mesmo período geológico do Pérmico. E, em 2020, anunciou a presença em Moçambique de outro dicinodonte, o Lystrosaurus, com 245 milhões de anos, já do Triásico.