O Governo camufla-se quando as coisas correm mal

A declaração de Lacerda Sales acabaria por expor com crueldade o seu medo de existir quando o vice-almirante Gouveia e Melo disse o óbvio: que o episódio de Campanhã “consagra uma desobediência”.

O pavor em considerar os erros próprios ou alheios, o receio de produzir uma ideia ou de tecer um comentário sobre um incidente ou a cautela em avaliar a realidade tornaram-se um padrão de actuação do Governo. Mesmo quando o que corre mal é óbvio, até quando fica claro que em causa estão procedimentos errados ou decisões censuráveis, há sempre uma informação que falta, uma auditoria por fazer, um dado a ser esclarecido ou o eterno e confortável “não me pronuncio” sobre palavras, actos ou omissões dos outros.

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