Marcelo sobre Merkel: “Portugal também já se queixou da Alemanha”
O Presidente visitou um centro de vacinação, em Lisboa, e disse que “a vacinação é uma corrida contra-relógio a favor dos portugueses”.
O Presidente da República comentou esta quarta-feira à tarde as declarações de Angela Merkel sobre a abertura de Portugal à entrada de cidadãos britânicos no mês passado: “O que diz a chancelerina corresponde àquilo que se passa na Europa, onde cada país decidiu e decide unilateralmente” sobre quem pode entrar e sair do seu território, bem como “quais as formas de restrição interna” à mobilidade.
O problema, acrescentou, é que “tem havido ciclos diferentes na Europa” e medidas diferentes no tempo, o que foi provocando queixas de uns estados-membros contra outros. “Nós também já nos queixámos da Alemanha”, lembrou Marcelo Rebelo de Sousa, à margem de uma visita ao Centro de Vacinação do Estádio Universitário de Lisboa. O ministro dos Negócios Estrangeiros também já reagiu às declarações da governante alemã, assegurando que Portugal cumpriu todas as regras.
Mas o Chefe de Estado não quis deixar passar a oportunidade sem deixar uma nota de “gratidão” a Angela Merkel, no momento em que está a três meses de deixar funções. “Na política, quando se chega ao fim de um mandato, não há gratidão, só talvez mais tarde”, disse Marcelo, para insistir em deixar o seu agradecimento por aquilo que “a chancelerina fez pela Europa” e em particular pela aprovação da chamada bazuca, os fundos europeus extraordinários para a recuperação pós-pandemia: “Ela foi essencial”, sublinhou.
O Presidente da República foi ao Centro de Vacinação do Estádio Universitário de Lisboa deixar um apelo a todos os portugueses para que ultrapassem quaisquer dúvidas sobre a vacina e se deixem imunizar por esta via.
"A vacinação é uma corrida contra-relógio a favor dos portugueses”, disse Marcelo Rebelo de Sousa à saída do centro, apelando a que “não se confunda o que é mais importante - vacinar, vacinar, vacinar - com uma ou outra objecção que crie dúvidas sobre a vacina”.
Recordando que o Eurostat coloca os portugueses entre os europeus que mais acreditam nas vacinas, Marcelo apelou então a que todos passem à prática e sejam vacinados.