Em 2022, Festival Sónar irá decorrer em cinco espaços de Lisboa
Festival está dimensionado para receber 25 mil espectadores por dia e vai decorrer entre 8 e 10 de Abril de 2022 contando com espaços como o Coliseu dos Recreios, o Pavilhão Carlos Lopes, o Hub Criativo do Beato, o Pavilhão Rio do CCL (ex-FIL) e um recinto situado na zona ribeirinha (Sónar Village), que será construído de raiz.
Já se sabia que o festival Sónar iria ter uma edição lisboeta em 2022, mas ainda não eram conhecidos mais pormenores. Esta segunda-feira, em Lisboa, na apresentação do acontecimento, por João Wengorovius, da Pixel Harmony, entidade organizadora em Lisboa, por Enric Palau, fundador do Sónar, e ainda com a presença da ministra da Cultura, Graça Fonseca, foram revelados mais elementos, faltando agora conhecer-se o cartaz, algo que só deverá acontecer em Setembro. O festival, um dos mais conceituados no campo das músicas electrónicas e das artes digitais de todo o mundo, que se realiza anualmente em Barcelona desde 1994, tem tido inúmeros acontecimentos-satélite em diversas cidades (São Paulo, Hong Kong, Nova Iorque ou Buenos Aires) ao longo dos anos, muitos deles servindo para antecipar a edição de Barcelona. Foi aliás o que aconteceu em 2002, em Lisboa, quando o Lux-Frágil acolheu uma noite com Vladislav Delay ou Fila Brazillia, servindo essa manifestação como festa-antecipação. A edição de Lisboa tem um outro perfil, sendo mais ambiciosa. Ou seja, será um verdadeiro festival de três dias.
O festival decorrerá entre 8 e 10 de Abril de 2022 em diferentes espaços, numa lógica diurna e nocturna, tal como sucede em Barcelona. O Coliseu dos Recreios, o Pavilhão Carlos Lopes, o Hub Criativo do Beato, o Pavilhão Rio do CCL (ex-FIL) e um recinto situado na zona ribeirinha (Sónar Village), que será construído de raiz, ficando situado junto ao Cais do Sodré, são os lugares onde decorrerão as várias actividades do festival, que está dimensionado para receber 25 mil espectadores por dia. Para além dos concertos, sessões DJ ou experiências audiovisuais, haverá múltiplas actividades, onde a arte, a tecnologia e a criatividade serão dominantes, numa programação assente em exposições, debates, experiências sensoriais e outros eventos, numa lógica onde predominarão agentes ainda pouco conhecidos do grande público, a exploração de novas linguagens, iniciativas comunitárias e uma unidade temática, em torno da ideia de sustentabilidade.
Dessa forma, segundo a organização, “o Sónar Lisboa pretende ser um palco para o cruzamento de artistas, designers, cientistas, tecnólogos, antropólogos, gestores e empreendedores, e propiciar momentos de encontro e reflexão que estimulem novas abordagens a desafios de natureza económica, social e ambiental.” Toda a curadoria do festival será atravessada pelo filtro da sustentabilidade, influenciando a escolha de artistas e projectos em exibição e debate. O cartaz musical será assente em nomes internacionais, sendo expectável também a presença de figuras portuguesas, entre consagrados e emergentes. Ao longo dos anos, por Barcelona, passaram vários nomes portugueses, dos Buraka Som Sistema a Nigga Fox, passando por um showcase da editora Nylon na alvorada dos anos 2000.
Tecnologias criativas
No campo das artes serão estimuladas abordagens interdisciplinares e processos de criação colaborativos, sempre com a tecnologia a espreitar. Em Lisboa existirá uma exposição site specific de new media e tecnologias criativas que se estenderá para lá dos três dias do festival, abordando trabalhos de tecnologia imersiva, data e cruzamentos entre a biologia e a tecnologia. O Antropoceno, a economia circular, a importância da coesão social e da diversidade serão alguns dos temas em análise nas conversas.
Recorde-se que depois do adiamento da edição de 2021 em Barcelona, devido à crise pandémica, já são conhecidas as datas para o regresso à cidade catalã no próximo ano (16, 17 e 18 de Junho), bem como alguns dos nomes que farão parte do cartaz, como Chemical Brothers, The Blaze, Arca, Princess Nokia, Oneohtrix Point Never, Serpentwithfeet ou Richie Hawtin.
A edição portuguesa conta com o apoio do Turismo de Portugal, Câmara Municipal de Lisboa e Turismo de Lisboa. Os early birds encontram-se à venda a partir desta segunda-feira, limitados a 500, pelo preço de 95 euros.