EUA preparam novas sanções contra a Rússia pelo envenenamento de Navalny

Este é o segundo conjunto de sanções aplicadas pelos EUA contra a Rússia por causa do opositor político e foi anunciado quatro dias depois da cimeira entre o Presidente norte-americano e o homólogo russo.

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O Presidente norte-americano, Joe Biden, e o conselheiro de Segurança Nacional, Jack Sullivan DOUG MILLS/Reuters

Os Estados Unidos da América estão a preparar novas sanções contra a Rússia, sob a acusação de tentativa de envenenamento do líder da oposição, Alexei Navalny, anunciou este domingo o conselheiro de Segurança Nacional do Presidente Joe Biden.

“Estamos a preparar outro conjunto de sanções a aplicar nesta situação”, adiantou Jake Sullivan, à estação televisiva norte-americana CNN. 

“Temos mostrado ao longo do caminho que não vamos ficar de braços cruzados, seja pelas questões relacionadas com a SolarWinds, com a interferência nas eleições, ou com Navalny, para responder às actividades nocivas da Rússia”, continuou.

Sullivan esclareceu que as sanções serão aplicadas assim que os EUA garantirem que estão a visar “os alvos correctos”. “Quando fizermos isso, iremos implementar futuras sanções em relação ao uso de armas químicas”, acrescentou.

O anúncio acontecer quatro dias depois da cimeira em Genebra (Suíça) entre o Presidente norte-americano e o seu homólogo russo, Vladimir Putin.

No encontro em solo helvético, Biden garantiu ter transmitido a Putin que as consequências serão “devastadoras” para a Rússia se Alexei Navalny, actualmente detido, vier a morrer.

O Presidente norte-americano enfatizou também na conferência de imprensa após essa cimeira que os EUA irão continuar a relevar os casos dos “direitos humanos fundamentais”, como o do opositor russo.

As últimas sanções foram aplicadas em Março sobre entidades e oficiais russos, representando a primeira medida relevante aplicada contra Moscovo desde a tomada de posse de Biden.

Navalny, o inimigo político mais contestatário a Putin, foi preso em Janeiro ao regressar da Alemanha, onde passou cinco meses em recuperação na sequência de um envenenamento por um agente nervoso que atribui ao Kremlin, acusação que Moscovo rejeita.

Em Fevereiro, Navalny foi condenado a dois anos e meio de prisão por violar os termos da sentença suspensa de uma condenação por peculato de 2014, que negou e garantiu ter apenas uma motivação política.