A autoridade moral das proibições
Depois da festa do Sporting, da final da Champions no Porto (ou do lamentável arraial liberal), é natural que os cidadãos se interroguem sobre a legitimidade que o Governo tem para lhes pedir o que até agora tolerou ou para fazerem o que até agora o Governo não fez.
Depois de anunciar a proibição de entrada e saída de cidadãos da Área Metropolitana de Lisboa (AML) durante o fim-de-semana, a ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, apelou a que não se procurem excepções, mas sim o “cumprimento de regras”. Depois, o primeiro-ministro foi ao seu encontro dizendo, a propósito da fiscalização das medidas, que “a polícia tem uma missão e cada um de nós, outra”, concluindo que “temos de ter o comportamento adequado.” Compreende-se e aceita-se o conceito do isolamento relativo da região do país que regista um crescimento preocupante de novos casos de infecção. Mas, se alguma coisa tinha que ser feita, vale a pena perceber com que autoridade moral e em que contexto se aplicam aos cidadãos medidas tão gravosas e cerceadoras das liberdades individuais.
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