Biden deu a Putin lista de infra-estruturas críticas “fora de limites” a ciberataques

A cibersegurança foi um dos grandes temas da cimeira entre os Estados Unidos e a Rússia que se realizou esta quarta-feira em Genebra. Ambos os países concordaram em criar equipas de especialistas para falar sobre o que está fora dos limites.

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A lista inclui o sector da água e o da energia LUSA/PETER KLAUNZER / POOL

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, entregou a Vladimir Putin uma lista de 16 infra-estruturas críticas e sectores que têm de estar “fora de limites” a ciberataques russos. A cibersegurança, diz o líder norte-americano, foi um dos grandes temas da cimeira entre os Estados Unidos e a Rússia que se realizou esta quarta-feira em Genebra, na Suíça, com o objectivo de aproximar as potências nucleares.

Ambos os países concordaram em criar equipas de especialistas para falar sobre o que está fora de limites e acompanhar ocorrências de cibersegurança. 

“Passámos uma parte significativa do tempo [a falar] sobre cibersegurança”, revelou Joe Biden numa conferência de imprensa da Casa Branca após o evento. “Certas infra-estruturas devem estar fora de limites de ataques. Ponto. De ciberataques ou de outros [ataques]. Dei-lhe uma lista”, sublinhou o presidente norte-americano.

Biden não detalhou o conteúdo da lista dos Estados Unidos, mas disse que inclui 16 áreas que vão do sector da água ao sector da energia. “Vamos descobrir se chegamos a um acordo de cibersegurança que comece a trazer alguma ordem”, resumiu. 

A desconfiança entre os dois países quanto a ciberataques aumentou, em Maio, depois de um ciberataque ao Colonial Pipeline, o maior oleoduto dos EUA, que fornece combustíveis a grande parte da zona Este e vários aeroportos do país. Tratou-se de um ataque de ransomware, em que um programa malicioso sequestra ficheiros de um computador ou impede o acesso e exige dinheiro pelo seu desbloqueio. Apesar de a Rússia negar qualquer envolvimento, os EUA continuam cautelosos depois do DarkSide, um grupo com ligações russas que evita atacar países do antigo bloco soviético, ser identificado como o possível responsável.

“Países responsáveis precisam de tomar medidas contra criminosos que executam actividades de ransomware no seu território”, declarou Biden.

O presidente russo, Vladimir Putin, não mencionou a proposta do líder norte-americano durante a conferência de imprensa, mas confirmou que a cibersegurança fez parte do debate e que os países concordaram em iniciar conversações sobre o tema. O líder russo também argumentou que os EUA são os grandes responsáveis mundiais por ciberataques.

Na lista do Centro para Estudos Internacionais e Estratégicos (CSIS), uma organização não-governamental com sede em Washington, EUA, que realiza análises e estudos sobre politica, economia e segurança, a Rússia aparece frequentemente como suspeita de ciberataques.

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