Pela décima vez, o Wool vai levar arte urbana à Covilhã

Entre os dias 26 de Junho e 4 de Julho, Covilhã volta a receber o Wool, festival de arte urbana — que celebra uma década de existência. Para assinalar a data, o festival apresentará “uma programação mais musculada, no espaço e tempo, com mais de 40 iniciativas de diversas áreas” e contará com nomes como Colectivo Licuado, Marta Lapeña, Daniel Eime e The Caver.

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Desenho de Nuno Sarmento DR/Wool

Marta Lapeña, Daniele Eime, The Caver e a dupla Coletivo Licuado são os artistas que vão participar na edição deste ano do Wool — Covilhã Arte Urbana, foi esta terça-feira anunciado. O evento realiza-se entre os dias 26 de Junho e 4 de Julho, no centro histórico da Covilhã, e celebra este ano uma década de existência, sendo o mais antigo festival de arte urbana em Portugal.

Para assinalar a data, o festival apresentará “uma programação mais musculada, no espaço e tempo, com mais de 40 iniciativas de diversas áreas”, refere a organização, em comunicado enviado à agência Lusa.

O programa contará com a pintura mural, mas também as residências artísticas, exposições, um filme musicado, visitas guiadas e acções comunitárias entre outras actividades. No que concerne às intervenções murais, esta edição contará com os nomes internacionais Colectivo Licuado (Uruguai) e Marta Lapeña e com os portugueses Daniel Eime e The Caver.

A informação aponta ainda que a intervenção de Colectivo Licuado será centrada nos 140 anos da primeira Expedição Científica à Serra da Estrela, que se realizou em 1881 com organização da Sociedade de Geografia de Lisboa. Outro dos destaques prende-se com o trabalho de Daniel Eime, que estará focado na temática do papel (anónimo) da mulher na secular indústria dos lanifícios da Covilhã.

No âmbito desta edição, estão já em desenvolvimento residências artísticas, uma das quais a cargo de Raquel Belli, fotógrafa e artista visual, que aplica técnicas e padrões usados em cestaria e tecelagem, tirando proveito da aparente aleatoriedade dos objectos/sujeitos retratados e estética criada. “O resultado do trabalho desenvolvido por Raquel Belli, que tem por base uma recolha pessoal e fotografias cedidas pela comunidade, será exposto durante o Wool 2021 em várias montras de espaços de comércio local da Covilhã, reforçando o circuito de visitação pelas cerca de 40 peças que compõem actualmente o roteiro Wool”, está detalhado.

A outra residência artística contará com Nuno Sarmento, que tem, desde cedo, “o desenho como sua grande paixão, enchendo cadernos com os traços que ocupam a sua imaginação, mas também com o que a realidade lhe oferece”. “Depois de ter participado na edição de 2020 do Wool, o artista catalão Jofre Oliveras regressa novamente à Covilhã na companhia da premiada fotógrafa Lucía Herrero para darem continuidade ao trabalho iniciado no ano anterior e em conjunto apresentam a Exposição Crisis, que conta com o apoio da Guarda 2027, região candidata a Capital Europeia da Cultura EM 2027”.

Segundo a organização, Aheneah, artista portuguesa que tem pautado o seu percurso artístico por uma exploração de ligações entre os meios digitais e analógicos, estará a orientar a acção comunitária “Juntos por um Ponto”.

Ao nível musical, a programação Wool 2021 inclui a sonorização do centenário filme “Covilhã Industrial, Pitoresca e seus arredores" (Artur Costa de Macedo, 1921) tocada ao vivo pela banda First Breath After Coma. Está também previsto o desenvolvimento de um roteiro sonoro, que sob orientação de Daniel Tavares Nicolau (aka Defski), visa “captar a aura que emana de cada obra e transmitir o âmago do Wool”.

Para além da recolha de texturas recolhidas in loco na cidade da Covilhã e de gravações captadas durante os processos criativos, pormenores, janelas auditivas, fragmentos, vozes e murmúrios, Defski convidou vários músicos nacionais e internacionais para a criação destas 10 paisagens sonoras, entre os quais Sylvester Onyejiaka (elemento da banda New Power Generation de Prince entre 2012 e 2014), Matt DeMerritt (flautista que tem trabalhado ao longo dos anos com os De La Soul), Sam Merrick (baterista de Charles Bradley e Sharon Jones) e o transmontano Hugo Correia.

Criado em 2011, fruto da iniciativa de Lara Seixo Rodrigues, Pedro Seixo Rodrigues e Elisabet Carceller, com o objectivo de prestar tributo à história da cidade e de despertar o interesse da comunidade para a arte contemporânea, este festival conta já com 43 iniciativas, 122 intervenções artísticas (murais e instalações) e integrou 46 artistas portugueses e 23 artistas estrangeiros.