Sobrinho de Manuel Godinho entregou-se às autoridades para cumprir pena de prisão
Hugo Godinho foi condenado a uma pena única de quatro anos e cinco meses, em cúmulo jurídico, por um crime de furto qualificado, dois crimes de burla qualificada e um crime de corrupção activa para acto ilícito.
O sobrinho do sucateiro Manuel Godinho deu entrada no Estabelecimento Prisional do Porto para cumprir a pena de quatro anos e cinco meses de prisão a que foi condenado no âmbito do processo Face Oculta, informou esta segunda-feira fonte judicial.
Segundo a mesma fonte, o arguido Hugo Godinho apresentou-se voluntariamente no Estabelecimento Prisional do Porto no dia 8 de Junho, na sequência de um mandado de detenção emitido pela juíza do Face Oculta.
Hugo Godinho foi condenado a uma pena única de quatro anos e cinco meses, em cúmulo jurídico, por um crime de furto qualificado, dois crimes de burla qualificada e um crime de corrupção activa para acto ilícito, tendo a decisão transitado em julgado em 21 de Abril.
O sobrinho de Manuel Godinho foi um dos arguidos do processo Face Oculta que beneficiaram da prescrição de alguns crimes, tendo visto o tribunal retirar-lhe um mês de prisão à pena que tinha sido anteriormente aplicada.
Durante a audiência para a reformulação do cúmulo jurídico, no Tribunal de Aveiro, o arguido disse estar arrependido do que fez quando trabalhava para o tio, nos negócios da gestão de resíduos. “Não me orgulho nada daquilo que fiz. Eu nunca mais vou querer fazer aquilo”, disse.
Além de Hugo Godinho, há mais seis arguidos que estão detidos a cumprir pena de prisão, incluindo o ex-ministro socialista Armando Vara (cinco anos), o ex-presidente da REN José Penedos (três anos e três meses) e o filho Paulo Penedos (quatro anos).
O sucateiro Manuel Godinho, principal arguido do caso, que foi condenado a 12 anos de prisão, continua a aguardar, em liberdade, a decisão do recurso para o Tribunal Constitucional.
O processo Face Oculta, que começou a ser julgado em 2011, está relacionado com uma alegada rede de corrupção que teria como objectivo o favorecimento do grupo empresarial do sucateiro Manuel Godinho nos negócios com empresas do sector do Estado e privadas.
O julgamento na primeira instância terminou com a condenação de 11 arguidos a penas efectivas entre os quatro anos e os 17 anos e meio, mas três deles acabaram por ver a execução da pena suspensa, após recurso para o Tribunal da Relação do Porto.