O “Mahatma” como um ícone global celebrado e contestado

Aparentemente, Gandhi não parece ser um “património contestado” em Portugal, onde dispõe de conotações neutras ou positivas entre a maioria das pessoas que possuem algum conhecimento sobre a sua vida e os seus valores. Contudo, na sua terra natal e noutros lugares no exterior, o status de Mahatma tem-se tornado mais controverso.

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Uma estátua de Gandhi em Joanesburgo foi vandalizada com tinta branca durante um protesto em 2015, enquanto manifestantes exigiam “Racist Gandhi must fall” REUTERS/Siphiwe Sibeko

Após mais de 70 anos do assassínio de Mohandas Karamchand Gandhi, em Nova Deli, a sua memória permanece muito viva. Na Índia, a sua imagem é omnipresente, sendo encontrada nas notas, nas salas de aula, nos edifícios do Governo. O seu aniversário é um feriado nacional e as ruas, praças e estátuas homenageiam “Bapu”, como o “pai da nação”. Na década de 1920, incentivou um movimento nacionalista de massas com métodos de protestos sociais baseados na não-violência, na desobediência civil e na resistência passiva que desafiou a ordem imperial britânica. Ao trilhar o caminho para a independência indiana em agosto de 1947, procurou não apenas a coexistência pacífica e a solidariedade entre as nações, raças e povos, mas também aquela entre as diversas religiões e castas na Índia.

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