Boris Johnson considera “momento histórico” declaração do G7 para prevenir futuras pandemias
Líderes do G7 vão aprovar a Declaração de Carbis Bay, que estabelece uma série de compromissos concretos para evitar a repetição de uma crise pandémica como a que foi provocada pelo novo coronavírus.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, saudou este sábado como um “momento histórico” a declaração proposta pelo G7 para prevenir futuras pandemias, que visa em particular reduzir o tempo para desenvolver vacinas e reformar a Organização Mundial da Saúde (OMS).
"Com este acordo, as principais democracias do mundo vão comprometer-se a evitar que uma pandemia global volte a acontecer, para que a devastação causada pela covid-19 nunca se repita”, disse Boris Johnson, na sua conta na rede social Twitter.
Dirigentes dos países do G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) e da União Europeia estão este fim-de-semana reunidos em Carbis Bay, na Cornualha, sudoeste de Inglaterra, onde se vão juntar também o secretário-geral da ONU, António Guterres, e os líderes da Austrália, África do Sul, Coreia do Sul e Índia, este último por videoconferência.
Neste sábado, segundo dia da reunião, espera-se que aprovem a Declaração de Carbis Bay que estabelece uma série de compromissos concretos para evitar qualquer repetição de uma crise pandémica como aquela provocada pelo novo covonavírus.
O assessor científico de Boris Johnson, Patrick Vallance, e a filantropa Melinda Gates, vão apresentar o trabalho da Parceria de Preparação para Pandemias (Pandemic Preparedness Partnership, PPP), composto por especialistas internacionais de instituições governamentais, industriais e científicas para aconselhar o G7.
O relatório, intitulado “Missão 100 dias para Responder a Futuras Ameaças Pandémicas”, contém recomendações para a resposta para reduzir o tempo necessário para desenvolver e licenciar vacinas, tratamentos e diagnósticos para qualquer doença futura para menos de 100 dias, um compromisso para reforçar as redes de vigilância mundial e a capacidade de sequenciação genómica e apoio para a reforma e fortalecimento da OMS.
A coordenação no combate e recuperação da pandemia covid-19 dominam esta cimeira do G7, a primeira presencial em dois anos, com discussões sobre como aumentar a capacidade de produção de vacinas e tornar o acesso mais equitativo.
Na abertura, Boris Johnson disse ser importante os líderes evitarem os erros cometidos no início da pandemia, marcada pela falta de coordenação internacional.
Espera-se que desta cimeira saiam compromissos para a doação de pelo menos mil milhões de vacinas a países desfavorecidos, das quais os EUA avançaram com 500 milhões e o Reino Unido 100 milhões até 2022.
A Organização Mundial da Saúde estima serem necessárias 11 mil milhões de doses para vacinar 70% da população mundial e travar a pandemia covid-19.
Os trabalhos terão neste sábado sessões dedicadas à economia, política externa e saúde, concluindo no domingo com discussões sobre o ambiente.
Várias reuniões bilaterais são esperadas à margem, nomeadamente entre a União Europeia e Reino Unido para discutir as divergências relacionadas com a aplicação na Irlanda do Norte do acordo para o Brexit.
A publicação do comunicado final e as conferências de imprensa de conclusão da Cimeira estão previstas para o início da tarde de domingo.