França acaba operação militar no Sahel mas garante empenho na luta antiterrorista

A ministra da Defesa, Florence Parly, afirmou que as futuras operações francesas serão orientadas para a assistência e cooperação operacional aos países da região.

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A operação começou em 2014 com 3000 soldados franceses mas foi alargada para 5000 soldados ao longo dos sete anos Reuters/JOE PENNEY

O Governo francês garantiu esta sexta-feira que o fim da operação Barkhane no Mali, anunciado por Emmanuel Macron, não significa uma mudança de “objectivo” e sublinhou que Paris continuará a estar envolvida na luta contra o terrorismo no Sahel com uma presença militar “significativa”. 

O Presidente francês anunciou na quinta-feira que a operação Barkhane, que envolve cerca de 5 mil militares franceses na região do Sahel, vai ser substituída por uma operação militar conjunta com outros países dedicada exclusivamente à luta contra o terrorismo.

A nossa participação na segurança do Sahel não vai continuar a fazer-se num quadro permanente​”, afirmou Macron durante uma conferência de imprensa que antecipou as reuniões do G7 e da NATO. O Presidente francês referiu que a decisão estava a ser estudada há um ano pelo Exército e que a retirada das tropas francesas será anunciada em detalhe até ao fim do mês de Junho, assim como a operação militar em que a França participará apenas dando apoio e formação às tropas dos países do Sahel.

Esta sexta-feira, a ministra da Defesa, Florence Parly, fez questão de vincar o compromisso francês no combate ao terrorismo independentemente do tipo de operação. “O que muda é a abordagem. O inimigo adapta-se aos modelos operacionais dos militares que estão no terreno, por isso é importante mudá-los para variar os seus efeitos”, afirmou Parly numa entrevista ao canal France Info. 

“Sempre dissemos que a operação Barkhane não era eterna e que o nosso sistema militar tem de adaptar-se constantemente”, referiu a titular da pasta da Defesa, sublinhando que o anúncio de Emmanuel Macron “não é uma surpresa”, mas parte de um trabalho que “começou há muito tempo”. Na quinta-feira, o Presidente francês avisara que as operações exteriores da França “não podem substituir o regresso dos Estados, dos seus serviços, da estabilidade política local e das suas escolhas”. 

Admitindo que a situação no Sahel é “um grande problema” para as populações dos países da região e para a segurança dos europeus, Florence Parly destacou as “operações extremamente importantes” levadas a cabo pelos militares franceses para decapitar a liderança das organizações terroristas que operam na área, incluindo afiliados da Al-Qaeda e do Daesh, dando como exemplo a morte do líder da Al-Qaeda no Magrebe Islâmico.

A ministra da Defesa adiantou ainda que a futura presença militar francesa na região será orientada para a assistência e cooperação operacional, num modelo a ser discutido nos próximos dias com os membros da Coligação Internacional para o Sahel, lançada em 2020 com o objectivo de apoiar o G5 Sahel, formado por Burkina Faso, Chade, Mali, Mauritânia e Níger.

A operação Barkhane, que existe desde 2014, começou com cerca de 3.000 militares, tendo sido expandida ao longo destes sete anos para mais de 5.000 efectivos franceses. 

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