As palavras são setas e Tiago Lima está à procura das suas (mas já encontrou as dos outros)
A segunda peça escrita e encenada por Tiago Lima, Ainda estou aqui, estreia-se esta sexta-feira em Guimarães, a fechar os Festivais Gil Vicente. Não foi desta que interpretou um texto seu: ainda não encontrou aquilo que quer contar “na primeira pessoa como actor”.
Quem decidiu que o segundo disco teria de ser um exercício doloroso? Daqueles que, de tão penosos, quase quebram quem cria, na procura de corresponder às expectativas da crítica e do público que deliraram com o primeiro? Um artigo de 2003 do diário britânico The Guardian fala da “síndrome do difícil segundo álbum” e encontra a origem para esta ideia na “fetichização da novidade” e na “ascensão do culto do debut” iniciado na década de 80. Se transportarmos esta experiência para a dramaturgia e a encenação, não estaremos longe no que a estados de espírito menos positivos diz respeito. Pelo menos no caso de Tiago Lima. Para ele, “essa angústia de saber o que o público quer” tornou “muito difícil” a construção do segundo texto.
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