A responsabilidade política de uma delação grave
Mesmo que Fernando Medina não soubesse nem tivesse participado no envio de dados pessoais de opositores às autoridades russas, esse desconhecimento e essa ausência não o salvam da obrigação de assumir a sua responsabilidade política.
Ninguém no seu bom senso pode acreditar que o presidente da Câmara de Lisboa participou directamente no envio de dados pessoais de opositores ao regime de Vladimir Putin à embaixada e ao Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia. Ou até imaginar que sabia ou suspeitava desse envio. Até prova em contrário, o que se conhece de Fernando Medina afasta-o quer da suspeita de delator, quer de simpatizante de um regime que viola persistentemente os valores da democracia e dos direitos humanos. Mas o caso é de tal forma grave que exige muito mais do que a avaliação do envolvimento do presidente de Lisboa nos seus pormenores. Mesmo que Medina não soubesse nem tivesse participado no envio de dados pessoais de opositores às autoridades russas, esse desconhecimento e essa ausência não o eximem de um erro de enorme gravidade política.<_o3a_p>
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.