Escola que combate o abandono escolar vai ter instalações renovadas

Edifício sem condições da Escola de Segunda Oportunidade de Matosinhos vai ser reabilitado pela Câmara Municipal. Instituição espera há anos por uma infra-estrutura com condições adequadas

Foto
ESOM assegura uma via alternativa de conclusão da escolaridade a jovens que desistiram de estudar. Paulo Pimenta

A Câmara Municipal de Matosinhos anunciou a intenção de reabilitar as instalações da Escola de Segunda Oportunidade do concelho. A instituição, que trabalha com jovens que abandonaram a escola sem ter atingido a escolaridade obrigatória, tem visto o seu trabalho ser reconhecido a nível nacional e europeu, mas está a funcionar há 13 anos num edifício degradado, de uma antiga escola primária, em São Mamede de Infesta. “Temos que desenvolver as nossas actividades em condições muito precárias”, que incluem infiltrações de água, humidade, frio e falta de espaço, diz Luís Mesquita.

Para já, existe apenas um estudo prévio, elaborado pelos serviços da Câmara, admitiu Correia Pinto, o vereador de educação da autarquia, no final de uma sessão de apresentação do anteprojecto a alunos e colaboradores da ESOM, que decorreu esta quarta-feira, 9 de Junho. A intenção é preservar o edifício da escola antiga e construir, na área do actual recreio, uma praça em volta da qual serão erguidas as diversas valências capazes sustentar o modelo pedagógico inovador que é seguido pela instituição. Uma horta, gabinetes para trabalho individualizado, oficinas, um anfiteatro, são algumas ideias em cima da mesa e que foram bem acolhidas pelos presentes.

Ao PÚBLICO, o vereador Correia Pinto não quis comprometer-se com prazos nem com um orçamento para a empreitada, mas foi adiantando que o financiamento deverá ter por base “fundos próprios” da Câmara e que só para cumprir os requisitos legais da operação prévios à construção serão necessários, no mínimo, dois anos.

Já o director da escola espera que a reabilitação seja feita “no menor tempo possível”, porque o estabelecimento espera há demasiado tempo por um espaço com condições dignas para os alunos. Luís Mesquita acrescenta que é tempo do país reconhecer a “gravidade do problema do abandono precoce da escola”, sublinhando que as dezenas de alunos que a ESOM recebe no início de cada ano lectivo são apenas uma gota no oceano. Há milhares de jovens que todos os anos saem ou são empurrados para fora do sistema educativo em Portugal, “ficando condenados à exclusão social”, lamenta.

Sugerir correcção
Comentar