Roger Federer e Serena Williams despedem-se de Roland Garros
Tsitsipas e Medvedev confirmam quarto-de-final desejado.
Roger Federer e Serena Williams têm em comum a idade, o recorde actual de títulos do Grand Slam – no caso do suíço, em igualdade com Rafael Nadal – e um enorme amor pelo ténis, o que justifica a presença de ambos no circuito profissional aos 39 anos, em vez de se reformarem em plena glória. Neste domingo, o torneio de Roland Garros perdeu ambos, em cenários diferentes: Federer viu-se obrigado a retirar-se da prova um dia depois de vencer um longo encontro, enquanto Serena foi derrotada no court.
Na noite de sábado, Federer derrotou o alemão Dominik Koepfer (59.º mundial), por 7-6 (7/5), 6-7 (3/7), 7-6 (7/4) e 7-5, ao fim de três horas e meia – o seu mais longo encontro dos últimos 18 meses e desde as artroscopias em Fevereiro e Maio de 2020. O desgaste no seu corpo foi grande e o suíço preferiu poupar energias já que o principal objectivo é o torneio de Wimbledon, a 28 de Junho. “Após uma conversa com a minha equipa, decidi retirar-me de Roland Garros. Após duas cirurgias ao joelho e um ano de reabilitação, é importante que ouça o meu corpo e ter a certeza que não estou a pressionar demasiado depressa a caminho da recuperação”, explicou em comunicado. O italiano Matteo Berrettini avança assim para os quartos-de-final, enquanto Federer vai tentar regressar à competição no dia 17, em Halle.
Serena Williams (8.ª) chegou aos oitavos-de-final de um Grand Slam na primeira de 64 ocasiões em 1998, um ano antes da sua adversária Elena Rybakina (22.ª) ter nascido. Mas a cazaque de 21 jogou como uma veterana, muito focada no seu plano de jogo e saiu vencedora, com os parciais de 6-3, 7-5. “Foi um ponto aqui, um ponto ali, que podia ter mudado o curso do encontro. Não estou a ganhar esses pontos. Não tive a melhor das épocas de terra batida, mas foi bom ter somado algumas boas vitórias neste piso. Estou muito melhor do quando aqui cheguei”, disse Serena, sem, no entanto, indicar se irá voltar a competir antes de Wimbledon.
Stefanos Tsitsipas (5.º) continua a ser o sério candidato a disputar a final, estatuto confirmado diante de Pablo Carreño Busta (12.º), depois de, no duelo entre dois campeões do Millennium Estoril Open, o vencedor da edição de 2019 ter ganhado por 6-3, 6-2 e 7-5. Mas o grande teste virá nos “quartos”, onde irá defrontar Daniil Medvedev (2.º), num duelo muito aguardado desde o sorteio. O russo descobriu a alegria de jogar (e ganhar) em terra batida e esteve intratável diante do chileno Cristian Garin (23.º), somando 46 winners, incluindo 14 ases, para vencer, por 6-2, 6-1 e 7-5.
Contudo, não se pode subestimar Alexander Zverev (6.º) que dominou Kei Nishikori (49.º), por 6-4, 6-1 e 6-1. O adversário do alemão é o surpreendente Alejandro Davidovich Fokina (46.º). Um dia depois de completar 22 anos, o espanhol e semifinalista no Millennium Estoril Open somou mais três horas às 10 que já tinha passado no court para derrotar o argentino Federico Delbonis (51.º), por 6-4, 6-4, 4-6 e 6-4.
Com a eliminação de Serena, nenhuma jogadora da metade inferior do quadro sabe o que é estar numa meia-final de um Grand Slam. A mais experiente é a russa de 29 anos, Anastasia Pavlyuchenkova (32.ª), de volta aos quartos-de-final de Roland Garros após 10 anos de ausência, para defrontar Rybakina. Nastia nunca esteve no Top 10 – o seu melhor foi o 13.º posto, em 2011 – mas no seu currículo estão sete presenças nos “quartos”, com pelo menos uma em cada um dos quatro majors, 12 títulos, 36 vitórias sobre adversárias do top 10, incluindo 16 sobre top 5. E neste último registo, não está incluída a vitória de ontem sobre a ex-número um mundial Victoria Azarenka (16.ª), por 5-7, 6-3 e 6-2.
O outro lugar na meia-final será discutido entre duas estreantes, a espanhola Paula Badosa (35.ª), que afastou a finalista de 2019, Marketa Vondrousova (21.ª), por 6-4, 3-6 e 6-2, e Tamara Zidansek (85.ª), que se tornou na primeira eslovena a ir tão longe em Roland Garros, depois de derrotar Sorana Cirstea (54.ª), por 7-6 (7/4), 6-1.