Bernal vence 104.ª edição do Giro, Almeida termina em sexto

O colombiano Egan Bernal venceu este domingo a 104.ª edição da Volta a Itália em bicicleta. O segundo lugar foi para o italiano Damiano Caruso e o britânico Simon Yates fechou o pódio em terceiro. O português João Almeida subiu ao sexto posto final.

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O colombiano Egan Bernal, 24 anos, venceu este domingo a 104.ª edição da Volta a Itália em bicicleta EPA/LUCA ZENNARO

O colombiano Egan Bernal (INEOS) venceu este domingo a 104.ª edição da Volta a Itália em bicicleta, após o contra-relógio da 21.ª e última etapa, na qual João Almeida (Deceuninck-QuickStep) subiu ao sexto posto final.

Num exercício de 30,3 quilómetros entre Senago e Milão, ganho pelo italiano Filippo Ganna (INEOS) com um tempo de 33.48 minutos, o português foi quinto, a 27 segundos do vencedor, e aproveitou para subir dois lugares na classificação geral final, para o sexto posto, a menos de um segundo do quinto, depois de em 2020 ter acabado no quarto lugar.

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O ciclista português João Almeida ficou em sexto lugar REUTERS/Jennifer Lorenzini

Bernal, de 24 anos, junta o Giro à vitória na Volta a França de 2019, após ter conseguido também dois triunfos em etapa nesta 104.ª edição. O italiano Damiano Caruso (Bahrain-Victorious) acabou em segundo, a 1.29 minutos, enquanto o britânico Simon Yates (BikeExchange) fechou o pódio, a 4.15.

Na batalha pela geral, Bernal limitou-se a defender a vantagem que trazia e, embora tenha visto Damiano Caruso aproximar-se, não esteve em questão a possibilidade de juntar esta vitória à da Volta a França em 2019.

É o segundo colombiano a triunfar na “corsa rosa”, depois de Nairo Quintana (então também com 24 anos) em 2014, com o líder da INEOS a assinalar este domingo o momento erguendo os braços ao cortar a meta no final do “crono”, num ano em que ainda pode tentar a Volta a Espanha.

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O “crono” consagrou ainda os vencedores de classificações secundárias, com o eslovaco Peter Sagan (BORA-hansgrohe) a conquistar a dos pontos, o francês Geoffrey Bouchard (AG2R Citroën) a da montanha, e a própria INEOS a triunfar por equipas.

Bernal levou também a classificação da juventude, na qual Almeida, o mais jovem ciclista entre o “top 10”, foi terceiro, atrás do colombiano e do russo Aleksandr Vlasov (Astana), quarto na geral final.

Abaixo, e com Vlasov em grande forma, João Almeida “galgou” duas posições com um excelente contra-relógio, e até podia ter acabado no quinto lugar não fosse uma diferença de cerca de meio segundo, calculada pelos centésimos de segundo nesta e na etapa inaugural, método de desempate.

O desempate “caiu” para Daniel Martínez, que enquanto gregário de luxo de Bernal mostrou credenciais, num dia de sucesso também para Yates, que fez pódio após o “descalabro” de 2018, e para Caruso, um “domestique” tornado líder após o abandono do espanhol Mikel Landa.

Os italianos, de resto, somaram a sétima vitória em etapa da 104.ª edição, uma em cada três, num ano positivo para o país da primeira das três grandes Voltas, a quatro semanas da Volta a França.

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O vencedor do Giro, Egan Bernal acompanhado pelo italiano Damiano Caruso, que ficou em segundo lugar, e pelo britânico Simon Yates, o terceiro no pódio REUTERS/Jennifer Lorenzini

Nem um furo parou Filippo Ganna na consagração de Egan Bernal

O italiano Filippo Ganna furou nos últimos quilómetros da Volta a Itália em bicicleta, mas venceu a 21.ª etapa, que consagrou o companheiro da INEOS, o colombiano Egan Bernal, como vencedor final.

Num contra-relógio em que as maiores incógnitas eram quem ficava em segundo ou terceiro, e quantos lugares poderia João Almeida subir, mais do que quem seria o vencedor final, Ganna ainda assim trouxe “suspense” à prova. Teve um furo nos últimos quilómetros, e a troca de bicicleta ameaçava a possibilidade de vencer, mesmo que tenha terminado com uma média de 53,8 quilómetros por hora.

O francês Rémi Cavagna (Deceuninck-QuickStep), que foi segundo a 12 segundos, perfilava-se como a principal ameaça, mas também ele sofreu um azar, ao cair numa recta, e ficou longe da vitória, que também não esteve nas opções de Nelson Oliveira (Movistar), outro especialista, que ficou num modesto 40.º, para acabar no 27.º lugar final, uma subida de uma posição.

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O italiano Filippo Ganna furou nos últimos quilómetros da Volta a Itália em bicicleta, mas venceu a 21.ª etapa REUTERS/Jennifer Lorenzini

Ficou “feita” a sexta etapa de Ganna, de apenas 24 anos, no Giro, com o campeão mundial da especialidade a vencer seis “cronos” de seguida na prova, que já não conhece outro vencedor na luta contra o relógio desde o norte-americano Chad Haga em 2019.

Nelson Oliveira faz balanço positivo da 14.ª grande Volta da carreira

O português Nelson Oliveira (Movistar) disse este domingo à Lusa que faz um balanço “bastante bom” da Volta a Itália em bicicleta, que terminou no 27.º lugar final e que é a 14.ª grande Volta que completa.

Depois de estrear-se em “grandes” em 2011, na Vuelta, todos os anos Oliveira tem corrido pelo menos uma das três maiores corridas (Itália, França e Espanha) e, hoje, fechou no 27.º posto, o segundo melhor resultado final de sempre, depois do 21.º na Volta a Espanha de 2015, edição em que também venceu uma etapa.

“No geral, foi bastante bom. Tive um bom início, tentei estar na disputa da geral, até. Tentei ajudar o [Marc] Soler, mas depois ele teve de abandonar, infelizmente, e trocámos as opções e objectivos da equipa. Para mim, foi um Giro bastante interessante, senti-me bem durante todo o Giro e estou contente com a minha prestação”, avalia o ciclista, em declarações à Lusa.

Este domingo, na 21.ª e última etapa, o contra-relógio em Milão — a sua especialidade — correu abaixo do esperado, com um 40.º lugar final. “Não foi o ‘crono’ que esperava, esperava estar bastante melhor”, admite.

Ainda assim, depois de uma “corsa rosa” “que se tornou dura”, “as forças vão-se acabando”, e acabou por “levantar o pé” nos últimos quilómetros, porque “não valia a pena sofrer mais”, ainda que tenha recuperado um posto na geral.

O português de 32 anos chegou a estar em terceiro da geral e protagonizou várias lutas pela vitória em etapa, por um lado, e pela camisola de líder, por outro, sobretudo nos primeiros dias, sendo oitavo na quarta etapa e quarto na oitava, voltando ao oitavo posto na 14.ª tirada, no Monte Zoncolan.