Já abriste o Google? Está a homenagear Beatriz Ângelo, a primeira mulher a votar em Portugal
O doodle do motor de busca mostra, esta sexta-feira, uma ilustração de Beatriz Ângelo. “Espero que a sua história e a minha ilustração possam servir de inspiração a um maior respeito e inspirar outras pessoas a dar voz àqueles que precisam de ser ouvidos”, disse Fatinha Ramos, que assinou o desenho.
Foi neste dia, há 110 anos, que Carolina Beatriz Ângelo encontrou uma lacuna na lei portuguesa que lhe permitiu votar nas eleições para a Assembleia Constituinte — tornando-se na primeira mulher em Portugal a fazê-lo. O código eleitoral atribuía o direito de voto a “todos os portugueses maiores de 21 anos”, “residentes em território nacional”, que soubessem “ler e escrever” e fossem “chefes de família”. Ora, Beatriz Ângelo cumpria todas as características e, por isso, não houve outra hipótese que não deixá-la votar.
E é ela que esta sexta-feira, 28 de Maio, surge no doodle do motor de pesquisa da Google, numa ilustração assinada pela artista portuguesa sediada na Bélgica, Fatinha Ramos. “Enquanto ilustradora, sinto que tenho a responsabilidade moral de abordar questões políticas e sociais no meu trabalho artístico”, disse Fatinha, citada num comunicado enviado ao P3.
A ilustradora confessa que ficou “imediatamente entusiasmada” quando foi abordada para retratar a médica e sufragista portuguesa. “O tema é essencial para mim. Tenho de acreditar, sentir e ser tocada por ele, de modo a criar impacto com a minha imagem. Ilustrar com uma causa, acreditando no tema, é muito importante para mim. E foi este o caso”, refere.
Para o desenho, Fatinha inspirou-se em fotografias de Beatriz Ângelo e em “pesquisa sobre a sua vida”. “Espero que, olhando para a História, as pessoas vejam o valor do que outras pessoas tiveram de sofrer e lutar para nos abrirem portas. O acto de votar hoje é desvalorizado em tantos países e, na verdade, é um direito básico”, afiança a artista.
“Espero que a sua história e a minha ilustração possam servir de inspiração a um maior respeito e inspirar outras pessoas a dar voz àqueles que precisam de ser ouvidos”, remata.