Mais de 200 mil pessoas assinaram uma petição para proibir cigarros nas praias espanholas

Petição foi entregue ao Ministério do Ambiente espanhol pela organização No Fumadores, que diz que as milhares de assinaturas mostram que não é possível “esperar mais”. A ideia é acabar com o fumo passivo e a poluição provocada pelas beatas.

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Mais de 283 mil pessoas querem que as praias espanholas sejam “espaços livres de fumo de tabaco”. A vontade foi demonstrada numa petição, lançada pela organização No Fumadores que foi agora entregue ao Ministério do Ambiente espanhol.

Durante mais de dois anos, a organização recolheu assinaturas para transformar os mais de quatro mil quilómetros de linha costeira em zonas livres de fumo de tabaco e de beatas. A petição, entregue à ministra Teresa Ribera, pede ao Governo que crie legislação neste sentido.

“Precisamos que as praias se convertam em locais saudáveis”, lê-se no texto que acompanha a petição. As milhares de assinaturas reunidas “enviam a mensagem de que não podemos esperar mais”, disse Raquel Fernández Medina, do grupo No Fumadores, em comunicado citado pelo The Guardian.

O objectivo é, lê-se na petição, “eliminar um dos elementos mais poluentes do mar, uma vez que as beatas contaminam até 50 litros de água devido à nicotina, e demoram até dez anos a degradar-se, chegando até a ser comidas por peixes, degradando a cadeia alimentar”. Há também preocupações relacionadas com a inalação de fumo do tabaco passivamente.

“Legislar protegeria as pessoas que vão à praia dos efeitos do fumo passivo e, ao mesmo tempo, controlar a presença de beatas que poluem muitas das praias do país”, disse Raquel Fernández Medina. A No Fumadores disponibiliza, no seu site um mapa que indica quais as praias espanholas “livres de fumo”. Só na Galiza, por exemplo, há 141 praias onde não é permitido fumar.

Ao P3, o Ministério do Ambiente português não esclareceu se esta é uma decisão que pode estar em cima da mesa. Remeteu para a Lei nº88/2019, de 3 de Setembro, “que aprovou medidas para a adequada disposição, recolha e tratamento dos resíduos de produtos de tabaco”, a chamada “lei das beatas”. “E a lei aplica-se ao tratamento das pontas de cigarros, charutos, etc., enquanto resíduos e às obrigações dos operadores económicos para a disponibilização de cinzeiros”, referiu.

“Quanto à proibição de descarte em espaço público, esta aplica-se igualmente às praias”, indica ainda a tutela — ou seja, está sujeita a multas que vão dos 25 aos 250 euros.

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