Mais de 80% da população acima dos 60 anos já tem uma dose da vacina contra a covid-19
Secretário de Estado da Saúde adiantou, na comissão de saúde, que vacinação dos reclusos que não faziam parte dos grupos de risco da primeira fase vai começar no final do mês.
Mais da 80% da população acima dos 60 anos já iniciou o processo vacinal contra a covid-19, disse esta quarta-feira o secretário de Estado da Saúde, na comissão parlamentar de saúde. Diogo Serras Lopes adiantou ainda que a vacinação dos reclusos que não faziam parte dos grupos de risco da primeira fase vai começar no final do mês.
“Neste momento, da população que tem mais de 60 anos temos 85,8% com a primeira dose realizada. Isso nota-se naquilo que tem sido a evolução dos números, em menores internamentos, em óbitos e nota-se que as pessoas mais frágeis conseguiram ser vacinadas, à medida que as vacinas chegavam a Portugal, de uma forma bastante rápida”, disse o secretário de Estado da Saúde.
Quanto à meta de ter 70% da população adulta vacinada, Diogo Serras Lopes admitiu que existe alguma incerteza de quando poderá ser alcançada. “Falamos sempre no Verão. A questão se é mais no inicio ou final. Estou convencido que estaremos a falar mais do início do Verão do que do final”, disse o secretário de Estado da Saúde, adiantando que os reclusos que ainda não foram imunizados vão começar a ser vacinados no final do mês.
“Na primeira fase, toda a população prisional foi tratada como a população em geral, à excepção dos guardas prisionais, que foram considerados dentro daquilo que é a resiliência do Estado. Já estão identificadas listas de todas as pessoas detidas em prisões e serão vacinadas na semana de 31 de Maio. É o que temos como objectivo e indicação”, afirmou o secretário de Estado na comissão parlamentar de saúde.
Já a ministra da Saúde falou sobre Odemira, que teve duas freguesias em cerca sanitária por causa de surtos associados a população migrante que vivia em casas sobrelotadas. Em causa está o facto de esta contar para os casos positivos mas não entrar no denominador da população residente que define as taxas de incidência. Marta Temido referiu que a população que conta para o denominador como residente é a que consta nos dados do Instituto Nacional de Estatística. “Naturalmente que o que é provavelmente uma das riquezas do concelho, neste momento converte-se numa desvantagem. Mas tenho a certeza que seremos capazes de resolver o problema essencial que é o da transmissão da doença”, disse.
“Sabemos hoje controlar melhor a situação. Ainda assim, o caminho da persistência, de não nos deixarmos tranquilizar é o melhor caminho para garantir que não voltamos a entrar numa situação de descontrolo. A tempestade ainda não está terminada, penso que estará mais perto do fim do que no passado”, afirmou a ministra.
Temido acrescentou que o trabalho realizado em Odemira, como noutras freguesias, que implicou maiores limitações para espaços comerciais e restaurantes, “está a dar alguns resultados, que esperemos que se tornem mais robustos ao longo das próximas semanas”.
PPP e urgências
As parcerias público-privadas centraram atenções do PSD e CDS por causa do último relatório do Tribunal de Contas, que concluiu que as parcerias permitiram uma poupança de 200 milhões de euros ao Estado. As parcerias público-privadas (PPP), afirmou Marta Temido, “não asseguram a dinâmica das respostas às necessidades da população”. “Há seguramente um caminho a fazer na revisão do enquadramento legal das PPP. Não é o Governo que não quer fazer parcerias público-privadas, são os parceiros que não têm disponibilidade para aceitar as condições que o Governo coloca em cima da mesa”, disse Marta Temido.
Questionada pelo deputado bloquista Moisés Ferreira sobre a actualização da carteira de serviços hospitalares e rede de urgências metropolitanas, prevista no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). “A reorganização das urgências, designadamente em áreas metropolitanas como Lisboa, continua a ser uma necessidade. “É uma necessidade das populações um funcionamento mais eficiente, de não termos rupturas em determinadas épocas do ano face a aposentações, face a férias. É um caminho para a melhoria da sustentabilidade da resposta contínua e eficiente no SNS”, disse a ministra.