Moreira diz que ida a julgamento não pesará na decisão de se recandidatar ou não

Para o Presidente da Câmara do Porto, “esta decisão não muda absolutamente nada” e reitera que o “processo continua a ser completamente destituído de fundamento”.

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Presidente da Câmara do Porto emocionou-se quando ao comentar a decisão instrutória do tribunal LUSA/MANUEL FERNANDO ARAÚJO

O presidente da Câmara do Porto não tardou a reagir à decisão instrutória que faz seguir o caso Selminho para julgamento e foi avisando que este processo “não interferirá na avaliação sobre a sua recandidatura” a presidente da autarquia para fazer um terceiro mandato autárquico.

“Naturalmente não ignoro a existência do processo, por isso quero dizer-vos e deixar bem claro, em particular àqueles que há muito me tentam afastar dos portuenses, que este processo não interferirá na avaliação sobre a minha recandidatura a presidente da Câmara Municipal do Porto”, reiterou, deixando avisos:"Desiludam-se, pois, os que pensam que este processo me afasta de continuar a lutar pela cidade que amo, sempre pela defesa dos altos valores que nos caracterizam”.

Numa declaração a partir da Câmara do Porto, Rui Moreira acrescentou que tal decisão seria “uma traição” a tudo o que acredita, bem como aos que “sempre” estiveram a seu lado e que em si confiaram.

Agastado com a situação, mas também com o que vai resultar da decisão da juíza de instrução criminal conhecida esta terça-feira, o autarca emocionou-se em diversos momentos e disse que não aceita que o seu nome seja “vilipendiado”, revelando que “nada de novo resulta desta decisão”.

“Esta decisão não me deu nem tirou razão, pura e simplesmente remeteu a discussão para outro momento e para outros juízes. É uma decisão que, naturalmente, lamento, pois sei que a acusação não tem qualquer fundamento”, sublinhou, revelando que procurou evitar o prolongamento do processo “sem recorrer a qualquer expediente dilatório, por entender que o mesmo tinha custos desnecessários”. E, tal como há quatro anos, sublinhou estar “perante o processo que surge em véspera de eleições [autárquicas]”

E reiterou: “Esta decisão não muda absolutamente nada, nem na minha maneira de ver o processo que continua a ser completamente destituído de fundamento, nem na minha posição sobre o assunto em questão”.“É absolutamente inequívoco que não tive qualquer participação em qualquer processo em que estivesse envolvida a minha família e não tomei directa ou indirectamente, ou por qualquer interposta pessoa, qualquer decisão eu alterasse a posição do município em qualquer processo judicial”, garantiu, explicando como tudo começou.

“Tudo o que respeita à relação do município com a sociedade Selminho teve início em 2006 e o processo judicial entre o município e a Selminho teve início em Dezembro de 2010, muito antes de eu ser presidente da câmara, e numa altura em que nem sequer equacionava tal hipótese”, declarou, vincando que “a posição do município foi decidida nessa altura” e nunca foi por si alterada”. E realçou que não mudou o advogado da câmara, nem qualquer director ou técnico municipal que lidou com o assunto. Quanto à vereadora que interveio no caso, Guilhermina Rego, referiu que já ocupara esse cargo executivo no mandato anterior ao seu.

“Considero, por isso, um insulto e uma infâmia que se possa sequer por a hipótese de eu poder ter beneficiado a minha família”, insurgiu-se aproveitando o momento para fazer uma homenagem simbólica ao seu pai que esta terça-feira faria 90 anos e também para dizer, com a voz muito embargada, que aguentará “inabalável como o granito”, acreditando que “a verdade prevalecerá e a justiça chegará um dia”. 

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