Com artistas mundialmente famosos como Billie Eilish e Taylor Swift a lançar novas músicas em cassete, a velha forma de ouvir música que estava muito em voga nos anos 70 e 80 está de volta aos holofotes, especialmente entre as gerações mais novas.
Em Tóquio, na Design Underground Shibuya-Base, uma loja que vende cassetes novas e usadas no bairro de Shibuya, podemos encontrar uma mistura de gerações e de pessoas diferentes. “Eu sinto falta disto”, afirma um cliente. “Eu costumava ter muitas cassetes.” Outro diz: “Esta é a primeira vez que as vejo, mas o design retro é giro e distinto”.
Junichi Matsuzaki, de 60 anos, um coleccionador de aparelhos electrónicos e funcionário da loja, afirma: “A forma única das cassetes e das boom boxes é uma coisa que já não temos nos dias de hoje. Acho que os jovens estão interessados [nelas] como um artigo da moda e que gradualmente se vão tornando viciados no som analógico.”
Embora as cassetes utilizadas estejam vazias e as suas gravações originais tenham sido apagadas, são vendidas juntamente com títulos escritos à mão e com cartões com índices. Os compradores podem gravar livremente novas músicas nas cassetes e apreciá-las.
Algumas das lojas são especializadas em novos lançamentos de cassetes, de todo o mundo. Em Tóquio, a Waltz, em Menguro Ward, que abriu em 2015 vende mais de cinco mil cassetes, boom boxes e Sony Walkmans. Os seus clientes são maioritariamente jovens, incluindo os estudantes de ensino secundário de uniforme.
Recentemente, com o aparecimento dos serviços de distribuição de música com preços fixos, ouvir música em qualquer altura acabou por se tornar mais fácil. E por que razão as cassetes voltaram, de repente, a estar na moda?
“A música por subscrição não tem forma física, mas quando se pega numa cassete, a música parece tangível”, diz Taro Tsunoda, de 51 anos e gerente da Waltz. “É isso que atrai alguns jovens.” O acto de ouvir música havendo o trabalho de preparar uma cassete ou boom box também proporciona uma sensação de gratidão pela música, considera.
Exclusivo PÚBLICO/The Washington Post