Três rockets disparados do Líbano para Israel. Erdogan acusa Biden de ter sangue nas mãos

Desde o passado dia 10 de Maio que se assiste a uma escalada da violência na região, após semanas de tensão entre israelitas e palestinianos em Jerusalém Oriental.

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Cidade de Ascalão, no Sul de Israel AMIR COHEN/Reuters

Três rockets foram disparados do Sul do Líbano para Israel, na segunda-feira à noite, provocando uma retaliação israelita, disse à AFP uma fonte militar libanesa.

“Três rockets do tipo Grad foram lançados do sector das quintas de Shebaa”, disse a mesma fonte. Os projécteis israelitas foram então disparados na direcção do Líbano, acrescentou.

Desde o passado dia 10 de Maio que se assiste a uma escalada da violência na região, após semanas de tensão entre israelitas e palestinianos em Jerusalém Oriental, que culminaram com confrontos na Esplanada das Mesquitas, o terceiro lugar sagrado do islão junto ao local mais sagrado do judaísmo.

Ao lançamento maciço de foguetes por grupos armados em Gaza em direcção a Israel opõe-se o bombardeamento sistemático por forças israelitas contra a Faixa de Gaza, tendo provocado a morte a cerca de 200 palestinianos, incluindo 59 menores e 39 mulheres, bem como mais de 1300 feridos.

Do lado israelita foram contabilizadas dez mortes, entre elas a de dois menores, numa altura em que continuam os ataques de ambas as partes sem que se vislumbre um sinal de tréguas.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, acusou esta segunda-feira o seu homólogo norte-americano, Joe Biden, de ter “as mãos ensanguentadas”, devido ao seu apoio a Israel, no momento em que este ataca a Faixa de Gaza.

“O senhor está a escrever a História com as mãos ensanguentadas”, declarou Erdogan, dirigindo-se a Biden, criticando-o também pela venda de armas a Israel, um “Estado terrorista” que está a fazer “ataques desproporcionados contra a Faixa de Gaza”.

“Senhor Biden, o senhor juntou-se aos arménios no chamado genocídio arménio. Agora escreve a História com sangue nas mãos dos ataques extremamente desproporcionados a Gaza, onde morrem centenas de pessoas”, disse Erdogan.

Por sua vez, Joe Biden expressou o seu apoio a um cessar-fogo entre Israel e o Hamas durante uma chamada telefónica, nesta segunda-feira, com o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu, revela a AFP. Embora continue do lado de Israel, o Presidente norte-americano terá demonstrado uma preocupação crescente com o fim do conflito e “encorajou Israel a levar a cabo todos os esforços para garantir a protecção dos civis inocentes”, de acordo com uma transcrição da Casa Branca.

Egipto disponibiliza hospitais e ambulâncias para acudir palestinianos

O Egipto, mediador entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas, que governa Gaza desde 2007, colocou à disposição dos palestinianos feridos na violência entre as facções palestinianas e Israel, a pior em sete anos, 11 hospitais e 165 ambulâncias totalmente equipadas, em três províncias egípcias.

Segundo a agência noticiosa egípcia MENA, o governo egípcio pôs em marcha um plano ordenado pelo presidente do país, Abdelfatah al Sisi, para transferir e tratar em hospitais nas províncias do Norte do Sinai, Ismailiya (Nordeste) e na capital os palestinianos feridos.

O Egipto forneceu 223 profissionais de saúde a três hospitais no Norte do Sinai, que têm uma capacidade de 369 camas, das quais 81 são para cuidados intensivos. A província de Ismailiya, localizada no Nordeste do Egipto, terá dois centros médicos, 470 camas e a participação de 1145 médicos e enfermeiros. Também seis hospitais no Cairo, com um total de 963 camas e 3606 profissionais de saúde, estarão disponíveis para os feridos.

A Autoridade de Ambulâncias Egípcias anunciou no domingo a sua disponibilidade para transferir os palestinianos feridos do posto fronteiriço de Rafah, que liga o Sinai egípcio com a Faixa de Gaza, e que foi aberto no mesmo dia para receber os feridos.

O Conselho de Segurança da ONU anunciou que foi marcada para terça-feira uma nova reunião de emergência, e à porta fechada, sobre o conflito israelo-palestiniano.

“Os civis inocentes continuam a ser mortos e feridos. Repetimos: cessar-fogo. Fim das hostilidades agora”, escreveu a missão da Noruega na sua conta da rede social Twitter.

Juntamente com a Tunísia e a China, a Noruega está na origem da mobilização do conselho, durante a semana passada, sem ter conseguido até agora a adopção de uma declaração conjunta, devido a uma recusa por parte dos Estados Unidos.

O conflito israelo-palestiniano remonta à fundação do Estado de Israel, cuja independência foi proclamada a 14 de Maio de 1948.