Uma casa que emoldura a albufeira da Caniçada

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No Parque Nacional da Peneda-Gerês, numa das encostas que olham a albufeira da Caniçada, há uma casa de betão alojada. Com três pisos construídos em 3000 metros quadrados de terreno, o projecto levado a cabo pelo arquitecto Carvalho Araújo define-se pela simplicidade de materiais e decoração empregues.

Construída onde, noutro tempo, se localizava uma “casa de pouca qualidade”, um dos maiores desafios da actual Casa na Caniçada residiu em manter a volumetria definida no passado. O projecto consistiu em “mandar tudo abaixo” e construir um plano novo, dentro das linhas, mas “muito simplificado”.

Quando visitou pela primeira vez o terreno, Carvalho Araújo recorda toda a vegetação que encobria o percurso de entrada e de chegada ao edifício. “Ia-se pelo meio das árvores, mas não nos apercebíamos logo da água” que compunha a vista panorâmica da serra. Para absorver o que via, o arquitecto deu dois passos atrás e, num “acto de ousadia”, decidiu “rasgar o volume e fazer ali uma sala completamente transparente” que serve de moldura à “visão da espectacularidade da albufeira da Caniçada”.

O piso do meio, local de convívio e descanso, tem assim dois grandes vidros a servir de paredes, que permitem que a natureza se faça sentir no espaço. Nas paredes opostas há um “elemento de fogo”, uma grande lareira que promete aquecer os dias mais frios, e uma escada estreita que liga aos restantes pisos. Acima fica o sótão, com divisões feitas em vidro que podem ser adaptadas para quartos através de cortinas, e abaixo a “zona social” da casa, com uma cozinha, sala de jantar e casas de banho. As últimas têm um desenho “mais a pender para o balneário”, de forma apoiar o uso no Verão, propício aos desportos náuticos.

Os clientes, descreve o arquitecto, mostraram-se arrojados na forma como “sentem e vêem a arquitectura”. O resultado é uma casa que “encaixilha uma paisagem a partir do lugar onde se situa”.

Texto editado por Ana Maria Henriques

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