A “alma de corrida” da Ferrari entrou num novo capítulo com os 812 Competizione, um coupé, derivado do já extraordinário 812 Superfast, e os 812 Competizione A, numa versão targa: duas versões de um mesmo carro, que se traduzem como obras de arte da engenharia. E, na apresentação, a 5 deste mês, a marca garantia ter elevado a fasquia ao aplicar “conceitos tecnológicos inovadores aplicados ao motor, à dinâmica e aerodinâmica”.
Tudo para criar um conjunto de unidades destinado a “um grupo muito exclusivo de coleccionadores e entusiastas”. E não serão poucos: os 999 coupés e os 599 targas, que começam a ser entregues no primeiro e no quarto trimestre do próximo ano e que para Portugal terão um preço estimado de 599 e 699 mil euros, respectivamente, esgotaram em dois dias.
A atracção explica-se pelas características desta berlinetta de motor dianteiro, a começar pelo coração que bate ao ritmo naturalmente aspirado do multipremiado motor V12, que também dá vida ao 812 Superfast, mas com 830cv e atingindo as 9500rpm. Para aumentar a potência do mesmo 6,5 litros, “várias áreas [tais como as bielas, pistões, cambota e distribuição] foram significativamente redesenhadas”, ao mesmo tempo que o sistema de admissão e combustão foi optimizado.
A preocupação, porém, não se ficou pelo desempenho da mecânica em estrada, com a Ferrari a garantir ter trabalhado no sentido de reduzir as emissões e a formação de partículas. Para tal, contribui a calibração do tempo e da quantidade de combustível injectado (directamente), bem como um aumento da pressão de injecção. Além disso, foi introduzido um filtro de partículas no escape. Mas, os viciados na típica “música” dos Ferrari não têm por que desesperar: os engenheiros acrescentaram um novo tubo de escape, que “restabelece o som de média-alta frequência” abafado pela utilização do filtro.
Tanto o 812 Competizione como o 812 Competizione A chegam com uma caixa de velocidades de dupla embraiagem de sete relações, calibrada no sentido de reduzir o tempo das passagens de velocidades.
Em termos de desempenho, é de esperar nada menos do que o melhor da casa de Maranello. Afinal, o objectivo, afiança a Ferrari, passava por “aumentar os níveis globais de desempenho” e “melhorar o prazer de condução na dinâmica lateral”. Para tal, o 812 Competizione estreia muitos componentes inovadores, como a direcção independente de quatro rodas, a evolução do sistema Side Slip Control (SSC) para a versão 7.0 e os novos pneus Michelin Cup2R, concebidos especificamente para este carro.
Em termos de estilo, nenhuma das versões desaponta, exibindo formas esculturais e uma série de detalhes que nunca esquecem a importância da aerodinâmica. Já por dentro, é praticamente uma réplica do já irrepreensível Superfast, apresentando um habitáculo que “obedece ao espírito e à tradição da marca”.