Uma distopia do Porto para dissecar a teia de interesses que rege uma cidade
Skyline, o novo romance do dramaturgo Carlos Costa, parte de elementos reais como a Câmara Municipal do Porto, a Ágora ou o FC Porto, para reflectir sobre a cadeia invisível de relações, afectivas e institucionais, que influenciam a tomada de decisões da esfera pública.
Num futuro que se avista daqui, também em ano de eleições autárquicas, e num Porto que se afigura perfeitamente reconhecível, o executivo municipal está empenhado na realização de uma obra pública que acredita ser o segredo para projectar a cidade a nível mundial: a deslocação da centenária Ponte D. Maria Pia, infra-estrutura ferroviária desactivada em 1991, para o quarteirão da Antiga Companhia Aurifícia, metalúrgica situada entre a Rua de Álvares Cabral e a Rua dos Bragas, em Cedofeita, que marcou o tecido industrial portuense do final do século XIX e ali laborou até ao final de 2006. Ao ser desmontada e relocalizada para o centro da cidade, a ponte passaria a ter o estatuto de monumento e de obra de arte em vez do carácter funcional a que obedeceu outrora.
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