Trabalhos do PÚBLICO nomeados para o maior prémio de jornalismo de dados do mundo
“Sucesso escolar: estes quatro concelhos remam contra a maré” e “Quais os cafés e restaurantes a 300 metros das escolas?” estão entre os nomeados para receber o maior galardão de jornalismo de dados do mundo. Investigação aos gastos no combate à covid-19 na Europa, na qual o PÚBLICO colaborou, também está nomeada.
Dois trabalhos de jornalismo de dados do PÚBLICO estão entre os finalistas dos Sigma Awards, o maior prémio internacional de jornalismo de dados.
O PÚBLICO surge ao lado de publicações e agências como New York Times, Bloomberg, The Economist, Reuters, Financial Times, Boston Globe, FiveThirtyEight ou Al Jazeera na lista dos 106 trabalhos que o júri considerou os melhores trabalhos de jornalismo de dados do mundo. O PÚBLICO é o único jornal português que, a título individual, está nomeado para este prémio.
“Sucesso escolar: estes quatro concelhos remam contra a maré”, um trabalho publicado no suplemento dos Rankings das Escolas de 2019, da autoria de Rui Barros e Andreia Sanches, é um dos nomeados. O PÚBLICO recorreu à análise de dados para identificar concelhos que conseguiram ter bons resultados escolares apesar da elevada taxa de alunos carenciados.
“Quais os cafés e restaurantes a 300 metros das escolas?”, um trabalho interactivo que permitiu perceber que negócios foram afectados pela restrição de quatro pessoas por mesa nos cafés a menos de 300 metros das escolas, é outro dos nomeados nos Sigma Awards deste ano. O trabalho de Rui Barros, Claudia Carvalho Silva e Inês Moura Pinto, que permitia ao leitor localizar-se automaticamente no mapa e saber que cafés estavam afectados pela medida, foi considerado pelo júri como um bom exemplo de jornalismo que recorre a dados e código.
Para além destas duas nomeações, também é candidato a prémio um consórcio de jornalistas europeus, de que o PÚBLICO fez parte, que investigou os gastos que os vários Estados do continente tiveram no combate à pandemia.
O ICIJ (International Consortium of Investigative Journalists), consórcio internacional de jornalistas de que o semanário Expresso faz parte, também está nomeado para este prémio, com a investigação “Luanda Leaks”.
A concurso estiveram 545 projectos de dados de 267 órgãos de comunicação distribuídos por 68 países. De acordo com o júri, a pandemia de covid-19 esteve bastante presente nos trabalhos submetidos. Gina Chua, co-presidente do júri deste prémio, mostrou-se surpreendida pela forma como os vários jornais usaram dados para contar histórias. Roberto Rocha, jornalista da CBC (Canadá) que também integrou o júri, destacou a qualidade dos nomeados: “Fica claro que as redacções e os jornalistas um pouco por todo o mundo estão a investir nesta forma de jornalismo e a pressionar as autoridades a serem mais transparentes através de dados”.
Os Estados Unidos são o país com mais nomeações (32) para este prémio. Seguem-se o Brasil (dez), Alemanha (seis) e Singapura (seis). As duas nomeações a título individual do PÚBLICO valem a Portugal o sétimo lugar na lista dos países mais trabalhos nomeados, ao lado da Coreia do Sul, Filipinas, Holanda, França, Malásia, Quirguistão, China e Bósnia e Herzegovina.