Bosch em Braga avança com layoff devido à escassez de semicondutores

Paragem decorrerá entre 10 de Maio a 9 de Junho deste ano, “com uma possível prorrogação”, anunciou a empresa.

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Alemã Bosch inaugurou recentemente novo investimento em Braga, com a presença da chanceler Angela Merkel ADRIANO MIRANDA

A Bosch em Braga vai entrar em layoff a partir de segunda-feira devido à escassez de semicondutores. E vai garantir a retribuição “de 85% do rendimento ilíquido mensal” dos trabalhadores afectados, anunciou esta sexta-feira o grupo.

A falta de semicondutores afecta o mercado mundial e já fez parar temporariamente várias empresas, como foi o caso, em Portugal, do Grupo Volkswagen, em Março.

Esta medida abrange os colaboradores da área de produção e de áreas de apoio, no período de 10 de Maio a 9 de Junho deste ano, “com uma possível prorrogação”, informou a Bosch Car Multimedia Portugal, em comunicado.

“Procurando minorar o impacto desta medida na vida dos colaboradores e suas famílias, a Bosch irá garantir a retribuição de 85% do rendimento ilíquido mensal aos colaboradores afectados, indo além dos dois terços previstos na lei”, refere a empresa.

A Bosch Car Multimedia Portugal, em Braga, sublinha que “tem sido fortemente afectada pela escassez mundial de fornecimento de componentes electrónicos, nomeadamente semicondutores, que se tem agravado no segundo trimestre de 2021”.

Esta crise mundial, destaca, “tem provocado várias paragens de produção na empresa”.

O agravamento da situação, explica a empresa, “terá como consequência paragens prolongadas de produção na Bosch em Braga” e, por isso, “a empresa decidiu recorrer ao layoff do Código de Trabalho, procurando com esta medida preservar os postos de trabalho”.

Apesar do impacto negativo que a escassez de componentes está a ter no negócio, a administração da Bosch Car Multimedia Portugal “afirma já ter novos produtos e tecnologias planeadas para serem lançadas e reforça as expectativas de crescimento e sustentabilidade para os próximos anos”.

O grupo salienta que “os colaboradores foram informados atempadamente”.

A crise global no fornecimento de semicondutores ou chips começou a fazer-se sentir depois do primeiro confinamento, que teve alcance global, entre Março e Maio de 2020. A indústria automóvel cancelou as encomendas de chips porque trabalha segundo um método que não lhe permite acumular stocks, mas dispararam as necessidades do sector electrónica de consumo, originadas pela compra de equipamentos associados o teletrabalho, como computadores e tablets.