Quando Carolina Maria de Jesus disse “sim, eu escrevo, na minha opinião escreve quem quer”

As gerações actuais no Brasil continuam a rever-se em Quarto de Despejo — Diário de uma Favelada. Novas Carolinas, escritoras negras, impõem-se. Mais de 60 anos depois de ter sido proibida por Salazar, Carolina Maria de Jesus (1914-1977) chega finalmente a Portugal.

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Acervo UH/Folhapres/cedida pelo Instituto Moreira Salles

Em 1958, o jornalista brasileiro Audálio Dantas foi enviado pelo jornal onde trabalhava à favela do Canindé, São Paulo, Brasil. Investigava uma queixa: um parque infantil estava a ser utilizado por adultos. Era verdade. Viu uma mulher, Carolina, “negra alta, de voz forte”, a protestar com os homens que ocupavam baloiços e afastavam as crianças: “Deixa estar que eu vou botar vocês todos no meu livro!”

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