MotoGP: Miguel Oliveira obtém melhor resultado do ano em Espanha
Piloto português terminou na 11.ª posição, aproveitando, como quase todos os outros, o azar de Fabio Quartararo.
O Grande Prémio (GP) de Espanha de MotoGP passou de um sonho a um pesadelo para Fabio Quartararo (Yamaha). O francês, que na véspera tinha conseguido a pole position em Jerez de la Frontera, liderava a corrida com segurança quando, a 10 voltas do fim, começou a cair vertiginosamente na classificação. Resultado? Entregou o triunfo a Jack Miller (Ducati), caiu para fora da zona pontuável e foi ultrapassado até por Miguel Oliveira, que era 13.º classificado. Contas feitas, foi a melhor prestação do piloto português neste Mundial.
O descalabro que atingiu Quartararo teve uma razão objectiva: a degradação do estado dos pneus, que de um momento para o outro o transformaram no piloto mais lento em pista, a rodar acima do 1m41s. Aproveitou a Ducati para assumir o comando e fazer da luta pelo triunfo uma questão interna: Jack Miller ainda teve de defender-se da aproximação do companheiro Francesco Bagnaia, mas segurou mesmo aquela que foi apenas a segunda vitória da carreira em MotoGP (a última tinha ocorrido em Assen, em 2016).
Miguel Oliveira (KTM), que partiu da 16.ª posição, fez uma corrida segura, chegou sem grandes dificuldades ao 14.º posto e depois, paulatinamente, foi ganhando terreno e aproveitou, em última instância, o azar de Quartararo para, a quatro voltas do fim, assumir o 11.º lugar com que fechou a prova. Foi o melhor resultado do piloto português nesta época, superando o 13.º posto alcançado no primeiro Grande Prémio deste Mundial, no Qatar.
Para a Ducati, foi uma prova de sonho. “Sabia que tinha um ritmo razoável e que, se passasse por ele [Quartararo] e mantivesse a cabeça em baixo e estivesse concentrado, sem cometer erros, iria conseguir. É indescritível o que sinto agora. Gostava que os meus pais estivessem aqui para festejar comigo”, resumiu Jack Miller, que contribuiu decisivamente para a primeira “dobradinha” da Ducati desde 2018.
Um sentimento análogo foi descrito por “Pecco” Bagnaia, cujo segundo lugar lhe permitiu assumir a liderança do Mundial de pilotos. “Estou feliz. Fui demasiado lento no início para poder ganhar a corrida e, quando tentei recuperar e diminuir a diferença para o Jack, senti problemas na frente. Mas estou satisfeito por liderar o campeonato. É um grande resultado para nós”, resumiu o italiano.
O companheiro de Miguel Oliveira na KTM, Brad Binder, não conseguiu terminar a prova, enquanto Valentino Rossi (Petronas Yamaha) continua longe do pelotão da frente - terminou em 17.º, a 22,7 segundos do vencedor -, ao contrário de Franco Morbidelli. O número 21 levou a Petronas Yamaha ao terceiro lugar do pódio, sendo o italiano oitavo na classificação geral, com 33 pontos.
Miguel Oliveira soma agora nove pontos e é 17.º. “Pecco” Bagnaia, o novo líder, tem 66 pontos, mais dois do que Quartararo e mais 16 do que o terceiro, Maverick Viñales (Yamaha), que terminou o GP de Espanha em sétimo lugar.