Bicicletas Gira chegam a Alcântara e Belém em Maio

Rede pública expande-se para ocidente de Lisboa, mas Algés ainda tem de esperar. Estão em preparação mais 80 docas a colocar até Setembro.

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A doca junto à Av. Brasília, em Alcântara Rui Gaudêncio
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A doca junto ao Padrão dos Descobrimentos, em Belém Rui Gaudêncio
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As sete docas que vão abrir estão montadas há vários anos, mas a escassez de bicicletas impediu a sua abertura mais cedo Rui Gaudêncio

As bicicletas partilhadas da rede Gira vão chegar a Alcântara e a Belém durante o mês de Maio, quase quatro anos depois de terem sido instaladas as docas para as receber. Está prevista a abertura das estações junto à Doca de Alcântara, ao Café In e ao Padrão dos Descobrimentos, confirmou o PÚBLICO junto de fonte oficial da EMEL.

A Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa, a quem a câmara incumbiu de gerir o sistema, vai ainda abrir quatro docas na cidade universitária, mais concretamente em frente às faculdades de Letras, Direito e Medicina Dentária e também junto à Torre do Tombo.

Actualmente, a rede cobre sobretudo Telheiras, o centro da cidade e o Parque das Nações. A doca mais a ocidente fica no Jardim de Santos e a mais oriental em Santa Apolónia, deixando várias freguesias a descoberto, como Benfica, São Domingos de Benfica, Campolide, Campo de Ourique, Alcântara, Ajuda, Belém, Beato, Marvila, Olivais, Lumiar e Santa Clara.

Este alargamento da rede é possível porque estão a chegar à cidade 730 novas bicicletas eléctricas compradas ao consórcio Meo/Soltráfego depois de a EMEL ter rescindido o contrato com a Órbita, que fabricou o primeiro lote de bicicletas. Até ao fim de Junho, já com atraso face à previsão inicial, todos esses velocípedes deverão estar nas ruas.

A rede tem hoje praticamente o mesmo número de veículos disponíveis (700) que tinha em Abril de 2019, momento em que foi posto um fim ao acordo com a Órbita. Apenas o número de docas abertas cresceu ligeiramente (são 84) porque a EMEL ficou a gerir o sistema internamente e conseguiu alargar um pouco a rede. Ainda assim, o objectivo de ter 140 estações e 1400 bicicletas continua distante.

Em Fevereiro do ano passado, a empresa lançou um concurso público para a aquisição de 1500 velocípedes e prometeu a duplicação da oferta até ao fim de 2020. Essa compra seria mais tarde anulada “por questões processuais”, atrasando uma vez mais o desenvolvimento de uma rede que desde o início tem sofrido com percalços. Um novo concurso para a compra de 2000 bicicletas foi lançado e está agora em fase de adjudicação, diz fonte oficial da EMEL, devendo o processo burocrático estar concluído até ao fim de Maio.

Também por estes dias está a avançar a instalação de 80 novas docas, a concluir até ao fim de Setembro. A empresa não adianta ainda as localizações, mas há muito que o desejo da autarquia é reforçar a oferta de Gira na Av. Almirante Reis e na Baixa, por exemplo. Uma proposta do PSD aprovada no Verão passado aponta como prioritária a expansão da rede às freguesias ocidentais da cidade, que são também das mais mal servidas por transportes públicos. A EMEL tenciona instalar outras 50 estações até ao fim do ano, o que poderá significar que a rede chega ao fim de 2021 com cerca de 220 docas.

O que está ainda na gaveta é a proposta do PCP, aprovada no mesmo dia que a do PSD, para que o sistema Gira seja gratuito mediante a atribuição de passes aos moradores e trabalhadores de Lisboa.

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