Madeira reduz horário do recolher obrigatório

A partir de domingo, a circulação na via pública passa a ser permitida até às 23h, alargando o horário de funcionamento do comércio e restauração. “É indiscutível que a situação melhorou”, diz Miguel Albuquerque.

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Paulo Pimenta

O Governo Regional da Madeira anunciou esta segunda-feira um aligeirar das medidas de combate à pandemia no arquipélago. A principal, e mais aguardada pelo comércio e restauração, é a alteração do horário de recolher obrigatório, que passa a vigorar entre as 23h e as 5h, a partir do próximo domingo, 2 de Maio. Esta medida vai permitir prolongar o horário de funcionamento de bares e restaurantes, que passam a poder funcionar até às 22h.

Desde o início de Janeiro que na região autónoma vigora o recolher obrigatório, que impede a circulação da via pública entre as 19h e as 5h durante a semana, e entre as 18h e as 5h, aos fins-de-semana. Durante este período, todo o comércio, incluindo supermercados, grandes superfícies, bares e restaurantes, é obrigado a fechar às 18h (17h, aos fins-de-semana).

“É indiscutível que a situação melhorou e que as medidas de prevenção adoptadas, designadamente a testagem intensiva e a diminuição dos contactos fruto do recolher obrigatório, tiveram efeitos positivos na contenção da pandemia no nosso território”, enquadrou o presidente do governo madeirense, Miguel Albuquerque, durante uma teleconferência, que serviu para anunciar a reformulação das medidas de combate à pandemia, que vigoram na região.

Além do alargamento do horário do comércio, bares, restaurantes e similares, o executivo estendeu o horário de visita aos lares de meia hora para uma hora, e aumentou a lotação dos espectáculos, eventos culturais e conferências para 50% da lotação (até agora, era limitado a cinco pessoas por sala). Autorizou ainda o regresso da competição desportiva para o desporto sénior federado e os treinos para as modalidades colectivas dos outros escalões etários.

“Todas as medidas anunciadas não podem implicar qualquer relaxamento dos comportamentos de todos nós”, disse Albuquerque, depois de elogiar o comportamento da população e de projectar o início da retoma turística para Junho. A aposta, disse aos jornalistas, é nos mercados tradicionais, o britânico e o alemão. “Temos todas as condições para receber, e estamos a nos posicionar como um destino ‘safe covid’, que tem conseguido manter uma normalidade, mesmo neste contexto de pandemia”, disse, anunciando o alargamento da vacinação para os trabalhadores do sector do turismo e lamentando a falta de “solidariedade da República” para apoiar as respostas que têm sido dadas pelo governo regional.

Albuquerque explicou que o levantamento das restrições e medidas sanitárias vai ser feito de acordo com o evoluir da situação pandémica e admitiu um retrocesso caso o número de internamentos por covid-19 suba – neste momento estão 12 pessoas hospitalizadas, uma das quais nos cuidados intensivos –, ou caso ocorra um surto descontrolado.

Desde o início da pandemia que a região autónoma contabiliza 8895 infecções pelo SARS-CoV-2, sendo que 264 permanecem activas. O balanço desta segunda-feira, 26 de Abril, dá conta de 16 novos casos de covid-19 e 26 recuperados, mantendo-se o número de mortos associados à doença nos 71.

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