Actualização da Apple vai impedir apps de seguir utilizadores sem avisar

O novo sistema operativo para telemóveis Apple não vai deixar as apps seguirem os utilizadores sem autorização para lhes mostrar anúncios. E reconhece o rosto mesmo com máscara.

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O iOS 14.5 irritou o Facebook, que diz que a actualização “vai prejudicar pequenos negócios” Reuters/Elijah Nouvelage

A próxima grande actualização do sistema operativo dos telemóveis e tablets da Apple chega já na próxima semana. Com o iOS 14.5, os criadores de aplicações móveis deixam de conseguir recolher informação dos utilizadores e seguir os seus hábitos online sem autorização.

A informação foi conhecida na terça-feira, dia em que decorreu a apresentação de novos produtos — iMac, iPad Pro e AirTags.

Muitas vezes, as aplicações criadas para telemóveis usam rastreadores (também conhecidos como cookies) para compilar dados sobre a localização, idade e pesquisas dos seus utilizadores e enviar-lhes publicidade. É uma das formas de monetização mais comuns, só que muitas vezes isto acontece sem o consentimento claro de quem as usa. 

A Apple quer impedir isto com a App Tracking Transparency (Transparência de Apps de Rastreio, em português) que alerta os utilizadores quando estes abrem uma aplicação com rastreadores. Isto é feito com uma mensagem da própria Apple que diz, especificamente, que a aplicação os quer seguir. O alerta em formato de pop-up pode ser completado com informação dos criadores das apps sobre a finalidade dos rastreadores que usam. O utilizador passa então a poder optar por autorizar ou rejeitar o acesso da app.

A mudança não agrada ao Facebook, com Mark Zuckerberg a dizer publicamente que a rival “vai prejudicar pequenos negócios” que dependem de publicidade. 

No entanto, a Apple não é a única gigante tecnológica que quer erradicar este tipo de rastreadores. A Google anunciou a mesma intenção no começo de 2020, embora a empresa esteja a explorar formas de usar inteligência artificial para continuar a apresentar publicidade segmentada aos utilizadores sem recolher dados sobre os seus hábitos de pesquisa. 

As mudanças chegam numa altura em que a privacidade é uma preocupação cada vez maior, com a pandemia a obrigar as pessoas a trabalhar, estudar e socializar online.

O iOS 14.5 também reconhece o utilizador mesmo que este esteja de máscara, algo que se tornou uma necessidade com a covid-19. Para isto acontecer, porém, é preciso haver por perto um relógio inteligente da Apple (iWatch): a tecnologia de reconhecimento facial aceita só ver parte da cara do dono se detectar um aparelho definido como “seguro” das proximidades. A alternativa também só serve para desbloquear o telemóvel; para autorizar compras com o reconhecimento facial continua a ser necessário retirar a máscara.

Outra das novidades desta actualização é a inclusão na aplicação Mapas de uma funcionalidade “importada” do Waze: quando em modo navegação, passa a ser possível sinalizar acidentes, perigos na via ou a presença de radares de velocidade.

O iOS 14.5 será compatível com as novas AirTags, etiquetas digitais (que podem funcionar como porta-chaves) que permitem ao utilizador localizar objectos perdidos.

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