Um charro por uma vacina: a campanha de um grupo de activistas de Washington
A distribuição de erva foi organizada por activistas para encorajar os residentes a serem vacinados e, ao mesmo tempo, pressionarem os membros da assembleia municipal a reformarem as leis da marijuana da cidade.
Josh Miller saiu do centro de convenções da capital dos Estados Unidos da América com uma vacina contra a covid-19 — e um charro.
O jovem foi um dos habitantes de Washington D.C. que aproveitou a campanha “Charros por Vacinas” (Joints for Jabs, em inglês), uma distribuição de erva organizada por activistas para encorajar os residentes a serem vacinados e, ao mesmo tempo, pressionarem os membros da assembleia municipal a reformarem as leis da marijuana da cidade.
“Estou aqui por várias razões”, começou por dizer Miller, no exterior do Centro de Convenções Walter E. Washington, após ter recebido um tubinho que guardava um charro bem enrolado. “Primeiro, para receber a minha vacina. Segundo, pelo gosto de marijuana, no meu caso. Tenho dores crónicas nas costas. Por isso, ajuda-me.”
Um evento semelhante aconteceu em Nova Iorque, na terça-feira, marcando o feriado informal de 20 de Abril, também conhecido como 4/20.
O gabinete do Presidente da Câmara de D.C., Muriel Bowser, diz que 30% dos mais de 692 mil residentes da cidade já foram total ou parcialmente vacinados contra a covid-19. Numa fila, fisicamente distanciados e debaixo do sol brilhante da Primavera, depois de receberem as suas vacinas, Miller e outros residentes esperaram para receber charros de activistas da Marijuana Justice de D.C., que aguardavam numa mesa coberta com panfletos informativos e uma toalha estampada com folhas de cannabis.
“Há demasiadas pessoas a negar a ciência quando se trata das vacinas. Queremos dizer que se acreditarem que a cannabis está cientificamente provada como segura, então também temos de acreditar que a vacina é segura, porque também está cientificamente provada como tal, usando ensaios clínicos”, disse o activista Adam Eidinger.
A cidade legalizou o uso recreativo da marijuana em 2015, após a aprovação de um referendo nas urnas. Mas, disse Eidinger, as leis locais sobre a marijuana precisam de ser reformadas. “Desde 2015 que é legal cultivar marijuana em Washington D.C., nas nossas casas. Mas ainda não é legal vendê-la. Gostaríamos de poder vendê-la”, disse ele.
A organização também insiste noutras mudanças, incluindo a substituição das sanções penais associadas à marijuana por multas, advertências e outras sanções civis e permitir a sua venda nos mercados de frescos da cidade.
Megan Krest, outra pessoa à espera na fila, sentiu-se encorajada pela distribuição de charros. “Penso que é uma forma muito fixe de as pessoas encorajarem a toma da vacina”, disse.