Ópera e Concertos Promenade vão regressar ao Coliseu do Porto

Posta de parte a concessão a privados, obras de reabilitação do edifício projectado por Cassiano Branco vão custar 3,5 milhões de euros, custeados em partes iguais pela autarquia e pelo Ministério da Cultura.

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O autarca Rui Moreira com a ministra da Cultura, Graça Fonseca. Atrás segue Mónica Guerreiro, que preside à Associação Amigos do Coliseu do Porto
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Jorge Pinto em Próspero, produção da Ensemble - Sociedade de Actores Pedro Alves
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Graça Fonseca com Rui Moreira no Coliseu do Porto Adriano Miranda

No ano em que assinala o 80.º aniversário, o Coliseu do Porto vai voltar a apostar na produção de ópera, no regresso dos Concertos Promenade e em multiplicar-se como arena de circo, fazendo descer “à praça” o “maior espectáculo do mundo” já a partir do Verão. E a emblemática casa de espectáculos portuense desenhada pelo arquitecto Cassiano Branco já não vai ser concessionada a privados para a realização de obras de restauro, como chegou a estar previsto, devendo essa empresa avançar no próximo ano, com um custo estimado em 3,5 milhões de euros, que serão pagos em partes iguais pela Câmara Municipal do Porto (CMP) e pelo Ministério da Cultura (MC).

Estas foram as principais novidades apresentadas esta segunda-feira, dia de desconfinamento das salas de espectáculos, que a Associação Amigos do Coliseu do Porto (AACP) aproveitou para anunciar o reinvestimento na produção própria, além do calendário de espectáculos já agendados para o corrente ano.

Depois de, no início de 2019, ter apresentado o lançamento de um concurso público para a concessão do Coliseu do Porto como a melhor forma de garantir o financiamento das obras de reabilitação do imóvel, na altura orçadas em 8,5 milhões de euros, Rui Moreira anunciou agora que a CMP, em parceria com o MC e com a Área Metropolitana do Porto (AMP), os três principais sócios da AACP, optaram por avançar com essa empresa sob a égide da própria associação.

O custo das obras está orçado em 3,5 milhões de euros, menos de metade do montante que tinha sido estimado em 2019, e que nos pareceu injustificado”, disse o presidente da autarquia, ao lado da ministra Graça Fonseca. O novo plano de intervenção está a ser preparado pela AACP em articulação com o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), explicou, por sua vez, Mónica Guerreiro, presidente da associação, adiantando que os trabalhos não deverão começar antes de 2022, e durarão cerca de oito meses.

Graça Fonseca acrescentou que a intervenção no Coliseu portuense irá ser incluída no rol dos equipamentos culturais a usufruir das verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), e para os quais estão previstos 98 milhões de euros.

De Próspero ao Circo de Natal

A assinalar o regresso ao contacto com o público, o Coliseu do Porto apresenta, desde esta segunda-feira e até ao próximo dia 25, a produção da Ensemble – Sociedade de Actores Próspero, um monólogo de Jorge Pinto construído a partir de três textos de Shakespeare: A Tempestade, Tito Andrónico e Rei Lear. Mas as novidades maiores estão reservadas para mais à frente, nomeadamente em Maio, quando regressarem os Concertos Promenade, após uma interrupção de sete anos. Agora serão os Concertos Promenade 2.0, “a actualizar o conceito, mas mantendo o mesmo hardware”, como referiu Mónica Guerreiro, destacando a abertura a públicos mais variados. O maestro Cesário Costa regressa também à direcção artística deste novo ciclo de sete espectáculos, que arranca a 30 de Maio com Pedro e o Lobo, de Sergei Prokofiev, e termina a 19 de Dezembro com o concerto de celebração do 80.º aniversário da casa, cujo programa será anunciado mais tarde.

Também a ópera regressa, este ano em dose dupla, com Cavalleria Rusticana, de Piero Mascagni, direcção do maestro José Ferreira Lobo (9 de Junho), e Cosí Fan Tutte, de Mozart, direcção de Cesário Costa (4 de Setembro), ambas co-produções com orquestras da Universidade do Porto.

Outra das marcas do Coliseu do Porto é o circo, que justificou, de resto, o seu formato em arena desenhado por Cassiano Branco, e que se manteve praticamente em cena desde 1941. Este ano, além do tradicional Circo de Natal, este espectáculo vai estar “De Volta à Praça” já nos meses de Verão, entre Julho e Setembro. É este o título do “programa saltimbanco”, que a casa portuense, numa parceria com o seu vizinho Teatro Nacional São João, vai levar a praças de nove municípios da AMP, mas também do Douro e do Minho.

Outras parcerias irão marcar o calendário já conhecido do Coliseu portuense, nomeadamente as que estão combinadas com festivais da cidade, como o Dias da Dança (espectáculo do North Korea Dance, a 30 de Abril), o Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica/O Meu Primeiro FITEI (Maio), o Festival Internacional de Marionetas e o Family Film Project (ambos em Outubro) e o Porto/Post/Doc (Novembro).

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