Política e justiça não se misturam, diz o PS. A sério?
Toda a frieza de Costa e todo o abandono de Sócrates têm a ver com a sobrevivência do PS e do regime que o partido alimenta, e do qual se alimenta.
António Costa conseguiu três extraordinários feitos políticos desde que ascendeu à liderança do PS. 1) Construiu a “geringonça”, arrastando pela primeira vez a esquerda radical para o arco da governação. Chamou a isso “derrubar o último resquício do Muro de Berlim”. 2) Manteve, juntamente com Mário Centeno, o défice sob controlo, compensando os aumentos de despesa das reversões com um grande corte no investimento público e com cativações de uma dimensão inédita. Chamou a isso “viragem da página da austeridade”. 3) Levantou uma cerca sanitária em torno de José Sócrates logo em Novembro de 2014, impedindo o PS de ser arrastado pelas brutais suspeitas de corrupção de um ex-primeiro-ministro, apesar de metade do seu governo ter sido socrático. Chamou a isso “à justiça o que é da justiça, à política o que é da política”.
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