Autarca de Moura diz que é “revoltante” a matriz imposta pelo Governo

“Pensar que Moura é igual a Lisboa ou Porto é revoltante”, diz o presidente da autarquia Álvaro Azedo.

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Miguel Manso

O esforço que tem sido reclamado a Moura para controlar o surto pandémico já se traduz em evidentes sinais de “cansaço e saturação” na população, referiu ao PÚBLICO o presidente da autarquia, Álvaro Azedo.

Para um território de baixa densidade com problemas socioeconómicos que o diferenciam dos concelhos do litoral, “pensar que Moura é igual a Lisboa ou Porto é revoltante”, assume o autarca socialista, criticando o impacto que causa na economia local a aplicação da janela dos 14 dias ou a matriz imposta pelo Governo. A forma de cálculo de risco “é altamente prejudicial para os municípios menos populosos”.

“Quando temos os casos activos a baixar e uma população extremamente cooperante na aceitação das medidas restritivas, travar agora o confinamento é muito penalizante”, insurge-se Álvaro Azedo.

Na próxima segunda-feira abrem as escolas para o ensino secundário, o que leva o autarca a questionar: “Se tivermos focos de covid-19, pergunto ao senhor primeiro-ministro o que é que vamos fazer?”. Álvaro Azedo descreve as consequências que são patentes: “Vamos fechar portas novamente? Paramos as pequenas economias, quando são cada vez mais as pessoas que apenas recebem apoio do município”, lembra Álvaro Azedo, que diz já ter colocado este conjunto de interrogações ao primeiro-ministro e à ministra da Saúde.

E, no entanto, vêm aí novas restrições. “Como é que vamos viver?”, questiona o autarca, que diz já ter escolhido o lado da barricada. “Pode citar-me: só presto vassalagem ao povo do meu concelho”, vincou ao PÚBLICO o presidente da Câmara de Moura.

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