Ordem dos Médicos defende campanha para recuperar confiança na vacina

A comunicação com a população desempenha um papel central e deve ser reforçada, clara e transparente, defende o bastonário em comunicado. Miguel Guimarães lembra que as vacinas contra a covid-19 aprovadas pela Agência Europeia do Medicamento são seguras.

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No centro de vacinação em Valongo, professores começaram a ser vacinadas a 27 de Março Nelson Garrido

A Ordem dos Médicos (OM) defendeu nesta segunda-feira uma colaboração entre a tutela e todas as instituições para a criação uma campanha que recupere e mantenha a confiança nas vacinas, reiterando que o seu benefício “supera de forma clara” o risco.

Para Miguel Guimarães, esta é “uma fase especialmente crítica”, uma vez que o país continua a avançar nas várias fases de desconfinamento e em que a redução de doentes com covid-19 em enfermaria e em cuidados intensivos pode trazer aos cidadãos uma falsa sensação de segurança e de que a pandemia está ultrapassada.

Por estas razões, refere a Ordem dos Médicos em comunicado, o bastonário defende que a comunicação com a população desempenha um papel central e deve ser reforçada, clara e transparente.

“As notícias recentes, sobretudo pela forma como são transmitidas a nível internacional, têm levado a um debate sobre a confiança e eficácia nas vacinas que pode comprometer o sucesso do Plano Nacional de Vacinação contra a covid-19”, refere Miguel Guimarães em comunicado.

Para o bastonário dos médicos, “é muito importante que a tutela e todas as instituições colaborem no sentido de criar uma campanha para recuperar e manter a confiança nas vacinas”.

Vacinas aprovadas, vacinas seguras 

Miguel Guimarães lembra que as vacinas contra a covid-19 aprovadas pela Agência Europeia do Medicamento são seguras, com um número de reacções adversas semelhante entre elas, e têm contribuído para proteger os cidadãos até agora vacinados, desde os médicos e outros profissionais de saúde, aos idosos ou pessoas com doenças crónicas.

“A vacinação é um acto de protecção individual, que nos permite pouco a pouco retomar o contacto com as nossas famílias e amigos, mas sempre de forma protegida com máscara, distanciamento e higiene das mãos. É também crítica para atingirmos a imunidade colectiva. Vencer a covid-19 depende de todos nós”, defende no comunicado.

O bastonário sublinha ainda que “as reacções adversas reportadas pelas três vacinas em uso em Portugal têm uma incidência bastante baixa e muitas estavam até identificadas nos ensaios clínicos realizados”.

“O benefício das vacinas supera de forma clara e inequívoca o risco”, asseguram considerando ser “indispensável manter uma rigorosa fármaco-vigilância, registar todos os potenciais efeitos adversos e manter a confiança total dos cidadãos na imunização. Estamos todos atentos à evidência científica”.